Opinião

Dados contrariam imagem de que Trump é inimigo dos imigrantes

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6 de agosto de 2019, 7h06

Moro nos Estados Unidos e compreendo que seja sempre muito difícil ter um posicionamento sobre os assuntos que envolvam Donald Trump. Além dele ser uma figura pública que divide opiniões, seus modos e comportamentos — muitas vezes agressivos — elevam a temperatura das discussões, fazendo com que as análises isentas passem a milhas de distâncias. No entanto, gostaria de tentar explicar quais são os reais planos do presidente norte-americano com a reforma imigratória.

Primeiramente, com exceção do último ano do governo Barack Obama, em 2016, foram nos anos da administração Trump que o governo mais emitiu vistos, de acordo com informações do Gabinete de Assuntos Exteriores do país (travel.state.gov). Ou seja: a imagem de que ele é inimigo dos imigrantes não condiz com os dados estatísticos da realidade. O que Trump deseja — e essa, sim, é a grande mudança — é alterar o perfil dos imigrantes, prezando por pessoas que agregam valor profissional e econômico para os EUA, e combater com rigor a imigração ilegal.

Enquanto na gestão de Obama o documento de residência permanente legal nos Estados Unidos (green card) era expedido principalmente com base na relação familiar, para aqueles que tivessem grau de parentesco com cidadãos americanos, Trump valoriza vistos de imigrantes voltados para profissionais de destaque em suas áreas, a fim de preencher lacunas no mercado de trabalho, no de empreendedorismo e no de investimentos. Em suma, são pessoas com formação superior, empresários e profissionais dos esportes e artes, que buscam empreender nos Estados Unidos e revalidar o diploma.

Em junho, Donald Trump comunicou que os Estados Unidos se preparavam para deportar um milhão de pessoas ilegais do país, gerando um sentimento de insegurança nos imigrantes. Para os brasileiros que querem viver no exterior e para empresas e empresários que pretendem se internacionalizar, indico que contatem advogados para dar o suporte e o auxílio necessário, por meio do planejamento sob a ótica tributária, com regras que devem ser aplicadas.

O grande conselho que eu deixo para os que desejam se mudar do Brasil é para se organizem antes de viajar. Às vezes, as pessoas vêm para os Estados Unidos com a expectativa de as coisas acontecerem muito rápido, mas precisam estar preparadas para encarar de tudo por aqui: apesar de termos a maior economia do mundo, todos os profissionais e negócios precisam de tempo de maturação para encontrar o tão desejado ponto de equilíbrio.

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