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Cacilda Ferreira: Celso Limongi, um apaixonado pela justiça

28 de setembro de 2018, 20h36

Por Cacilda Decoussau Affonso Ferreira

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Morre Celso Limongi. Não acreditei quando li. Inacreditável, pensei. Dias atrás planejamos, Manuel Alceu e eu, um jantar entre amigos e incluímos Limongi entre os nossos convidados. Afinal, o jantar seria “para” e “entre” amigos. Fiquei triste ao ler a notícia. Não confiei que o tempo pudesse levá-lo antes que reencontrássemos o nosso amigo, aqui em casa, dando-nos o prazer da sua companhia. Mas o tempo sempre caminha mais depressa do que os nossos intentos. E sempre nos surpreende…

Eu o admirava, sim. Um homem leal, extremamente corajoso e lutador por tudo aquilo em que acreditava. Aliás, devo-lhe muito, pois foi ele o grande incentivador e promotor do meu programa televisivo de entrevistas Contraponto, desde o seu início até que se tornasse valorizado pelo Poder Judiciário. Ele investiu, vencendo barreiras, e acreditou em mim, dando corpo e vida ao programa, comandando-o por quase quatro anos. Foi gratificante ter um chefe como Limongi.

Nas poucas horas vagas, um alguém qualquer, um sonhador, um pianista. Creio que o seu modo de lidar com a vida o fez diferente. Eu diria mais humano e envolvido. De fato. Envolvido em todas as causas nas quais acreditava. Inclusive causas sociais. Talvez por isso Celso Limongi tenha ocupado tantos cargos de chefia. Contudo, era um indivíduo simples e apaixonado pela justiça. Não me refiro à Justiça com letra maiúscula, aquela em que passou a maior parte de sua vida se dedicando. Refiro-me à justiça do comum entre os homens e à justiça em busca de vencer a batalha pela qual lutava.

Infelizmente, não jantaremos com o nosso amigo. Mas desejo que ele descanse em paz. E mais. Rezo para que Celso Limongi seja feliz no mundo para o qual se foi. Estou certa de que o nosso juiz, desembargador, ministro e pai será recompensado por todo o bem que exerceu nesta sua vida.

Assista à entrevista concedida por Celso Limongi ao programa Contraponto: