Opinião

Projeção mostra que PT terá a maior bancada de deputados na Câmara

Autor

  • Antônio Augusto de Queiroz

    é jornalista analista e consultor político mestre em Políticas Públicas e Governo pela FGV ex-diretor de documentação do Diap autor dos livros Por Dentro do Governo: como Funciona a Máquina Pública e RIG em Três Dimensões: Trabalho Parlamentar Defesa de Interesse perante os Poderes Públicos e Análise Política e de Conjuntura e sócio-diretor das empresas Consillium Soluções Institucionais e Governamentais e Diálogo Institucional Assessoria e Análise de Políticas Públicas.

26 de setembro de 2018, 13h02

Em levantamento preliminar feito pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), em parceria com a empresa Queiroz Assessoria Parlamentar e Sindical, a composição das bancadas da futura Câmara não será muito diferente da atual, com um pequeno crescimento da direita e da esquerda e encolhimento discreto do centro.

Para manter ou ampliar suas bancadas — especialmente pelo interesse nos recursos dos fundos eleitoral e partidário e no horário eleitoral gratuito —, os partidos, como regra, utilizaram dois tipos de estratégia: a) promover coligações visando um melhor desempenho e b) escalar seus principais nomes para a Câmara Federal, notadamente deputados estaduais bem votados, como fez o PT e outros partidos à esquerda e à direta do espectro político.

Pelo levantamento preliminar, o PT terá a maior bancada, seguido do MDB, PSDB, PP e PSD, num intervalo entre 40 e 65 deputados. Num segundo grupo estão o PR, seguido do DEM, PSB, PDT e PRB, com bancadas variando de 20 a 40 deputados. Num terceiro bloco estão: PTB, PSL, Pros, PSC, PPS, PCdoB, Pode, Psol e SDD, com bancadas entre 10 e 20 deputados. Num quarto grupo, entre cinco a 10 deputados, estão a Rede, o Novo, o Avante e o PV. E, por último, abaixo de cinco, estão: PRB, Patri, PRTB, PTC etc.

Eleições 2018 – bancadas na Câmara dos Deputados
Partido Eleita em 2014 Atual Prognóstico Diap 2018
(mín/max)
Previsão dos partidos
PT 68 61 55-65 60-72
MDB 65 51 44-50 55
PSDB 54 49 42-50 55-60
PP 38 50 40-48 52-60
PSD 36 37 36-44 45-50
PR 34 40 36-40 40
DEM 21 43 28-36 40-45
PSB 34 26 27-34 30-35
PTB 25 16 16-20 25-27
PRB 21 21 22-30 20-30
PDT 20 19 24-30 30-40
PSL 1 8 15-18 30
SDD 15 10 9-18 27
PSC 13 9 10-14 15
Pros 11 11 11-16 21
PTN/Pode 4 17 10-13 20
PPS 10 8 11-13 12-15
PC do B 10 10 10-12 13-14
Psol 5 6 8-12 12
PV 8 3 6-10 16
Rede 0 2 6-10 9-15
Novo 0 0 5-10 15
PT do B/
Avante
2 5 5-8 sem previsão
PRP 3 0 3-5 sem previsão
PMN 3 0 0-1 sem previsão
PEN/Patri 2 5 1-3 sem previsão
DC 2 0 0-1 sem previsão
PTC 2 0 1-2 sem previsão
PRTB 1 0 1-2 sem previsão
PHS 5 4 0-2 sem previsão
PPL 0 1 0-1 sem previsão
PMB 0 0 0-1 sem previsão
Fonte: Diap e Queiroz Assessoria

O levantamento evidencia também que haverá elevado índice de reeleição e uma grande circulação no poder, com deputados estaduais, senadores, ex-ministros, ex-deputados, suplentes bem votados, ex-prefeitos e ex-secretários se elegendo para as vagas decorrentes de desistência de atuais deputados e da não reeleição daqueles que tentaram renovar seus mandatos. Os poucos efetivamente novos serão eleitos por serem policiais linha dura, evangélicos fundamentalistas, celebridades ou em razão da força do dinheiro e da relação de parentesco com oligarquias estaduais.

Sobre as motivações do elevado índice de reeleição e a circulação no poder, recomendo a leitura dos artigos de nossa autoria com os títulos Porque a renovação do Congresso tende a ser baixa? e Renovação ou circulação no poder na Câmara dos Deputados, que estão disponíveis para busca livre na internet.

O relatório completo e atualizado do levantamento — com a projeção por estado e por coligação, acompanhado dos nomes competitivos em cada partido — será divulgado até o dia 30 deste mês.

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