Crise econômica

Justiça aceita pedido de recuperação judicial da Livraria Cultura

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26 de outubro de 2018, 14h54

A Justiça de São Paulo aceitou o pedido de recuperação judicial feito pela Livraria Cultura. A empresa agora tem 60 dias para apresentar um plano de recuperação, que será submetido à assembleia de credores. O escritório Alvarez & Marsal foi nomeado administrador do processo.

Na decisão, o juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho, da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais, disse que o administrador deve dar especial atenção à fiscalização das atividades das devedoras, para que seja apurada eventual conduta dos sócios e administradores que possam ter contribuído para a crise.

No pedido de recuperação, feito pelo escritório Felsberg Advogados, a livraria afirma que a crise econômica do país somada ao encolhimento do mercado editorial fizeram com que a arrecadação caísse ao longo dos anos, enquanto as dívidas cresceram "vertiginosamente". De acordo com a petição, somente com os fornecedores diretos, a dívida da empresa saltou de R$ 17 milhões para R$ 92 milhões em 2018.

A Cultura afirma também que os pagamentos com cartão de débito e crédito são 70% do faturamento da empresa. Mas suas contas bancárias estão bloqueadas por causa do atraso no pagamento das dívidas. Ou seja, o dinheiro que entra e seria usado para pagar as dívidas fica preso por causa do atraso no pagamento das dívidas bancárias.

O destravamento das contas já foi pedido, mas ainda não houve decisão sobre isso. Antes de decidir, o juiz Paulo Furtado pediu que a administradora diga, em 24 horas, se há identificação dos recebíveis nos contratos juntados no processo, qual o montante dos recebíveis essencial ao pagamento dos funcionários, prestadores de serviços, tributos e insumos, permitindo a continuidade das atividades, e se os recebíveis são substituíveis por outros com vencimento nos próximos 180 dias.

Clique aqui para ler a decisão

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