"Fome de dinheiro"

Edir Macedo processa Fernando Haddad por calúnia por ter sido chamado de charlatão

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26 de outubro de 2018, 15h21

O empresário e bispo Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus e dono da TV Record, ingressou no começo desta semana com ações civis e criminais contra o candidato a presidente Fernando Haddad (PT).

Divulgação/Facebook
Edir Macedo afirma que Haddad o discriminou por sua religião. Divulgação/Facebook

Na esfera cível, Macedo pede que Haddad apague um tweet que fez com declarações contra o bispo, que se desculpe publicamente e que pague uma indenização de R$ 77 mil, o que equivale a 83 salários mínimos. 

No campo criminal, pede que Haddad responda pelos crimes de discriminação e preconceito por conta da religião. 

As ações são por conta da declaração de Haddad de que Macedo é um "fundamentalista charlatão" e que tem "fome por dinheiro". O dono da Record afirma que foi difamado e injuriado por ter exercido seu direito de declarar o voto em Jair Bolsonaro (PSL). O bispo é representado pela advogada Adriana Guimarães Guerra.

O fato que motivou a ação ocorreu no dia 12 de outubro, quando Haddad deu uma entrevista coletiva ao sair de uma missa católica que participou como ato de campanha. 

"Sabe o que é o Bolsonaro? Vou dizer para vocês o que é o Bolsonaro. Ele é o casamento do neoliberalismo desalmado representado pelo Paulo Guedes, que corta direitos trabalhistas e sociais, com o fundamentalismo charlatão do Edir Macedo. Isso que é o Bolsonaro", disse Haddad.

Sobre o anúncio de apoio de Edir Macedo a Bolsonaro, o candidato do PT disse: "Sabe o que está por trás dessa aliança? Chama em latim auri sacra fames. Fome de dinheiro Só pensam em dinheiro". 

Para Edir Macedo, Haddad teve o intuito de propagar intolerância religiosa e ferir sua honra por causa da insatisfação do apoio que o dono da Record manifestou. A ação lembra que, em outras eleições, Edir Macedo já anunciou apoio justamente ao Partido dos Trabalhadores. 

Na petição, o bispo se compromete a doar a indenização que receber à Associação Brasileira de Assistência e Desenvolvimento (Abads) — antigo Instituto Pestalozzi, que cuida de crianças com Síndrome de Down, autismo e paralisia cerebral.

Clique aqui para ler o pedido de Edir Macedo ao MP para que seja aberta investigação criminal.
Clique aqui para ler a petição sobre a ação civil.

Clique aqui para ler a queixa crime de Edir Macedo ao Juizado Especial Criminal

Texto alterado às 16h47 do dia 26/10/2018 para correção de informações.

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