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Polícia Civil diz ter apreendido lista com todos os integrantes do PCC

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30 de novembro de 2018, 8h24

A Polícia Civil de São Paulo afirmou nesta quinta-feira (29/11) que apreendeu uma relação com todos os integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). O material estava com Gilberto Ferreira, conhecido como Pendrive.

Segundo os policiais, com ele havia uma relação de todos os integrantes do PCC no país, com seus respectivos "cargos" e "padrinhos" na facção. Além disso, Ferreira mantinha uma espécie de "lista negra", com todos os devedores do grupo e aqueles que foram mortos pelo PCC por não respeitarem as regras ou não pagarem as dívidas.

Em razão do volume de dados, a Polícia Civil ainda não soube dizer quantos membros existem no PCC. De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, estima-se que a facção tenha mais de 23 mil membros no Brasil e fora dele.

Além de Gilberto Freire, outras 33 pessoas ligadas ao PCC foram presas nesta quinta-feira durante a operação fogo cruzado, desdobramento de uma ação na cracolândia, em São Paulo, ocorrida há oito meses.

Especialista em PCC
Segundo a Folha de S.Paulo, o governador eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), vai anunciar nesta sexta (30/11) o delegado Ruy Ferraz Fontes como o futuro delegado-geral da Polícia Civil, o chefe máximo da instituição.

Fontes é considerado um dos principais especialistas no país sobre a estrutura da facção PCC, e sua escolha indica uma política agressiva de combate ao crime organizado na gestão Doria.

É dado como certo que o tucano deve transferir a cúpula do PCC, que hoje está na penitenciária de Presidente Venceslau, no interior de SP, para presídios federais, como pretende a Promotoria, mas que teve a discordância da gestão Márcio Franca (PSB).

Planos descobertos
A possibilidade de transferência dos líderes do PCC, inclusive de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, para o sistema federal, tem gerado uma reação do grupo.

De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, a polícia identificou um plano da facção para assassinar o ex-secretário da segurança Pública Antonio Ferreira Pinto. O objetivo seria ameaçar o governo estadual e impedir as transferências.

A escolha de assassinar o ex-secretário é simbólica. Ele foi o primeiro a enviar ao sistema federal líderes da facção envolvidos em assassinatos de agentes públicos em São Paulo. Desde que o plano foi descoberto, há cerca de 20 dias, Ferreira Pinto está sob proteção policial.

O atentado contra o ex-secretário não é o primeiro descoberto pela polícia neste ano. Em setembro, a Polícia Federal interceptou mensagens da cúpula do PCC que mostravam que eles planejavam ações contra autoridades e órgãos públicos. O motivo era a suspensão de visitas íntimas de membros das organizações criminosas detidos nas penitenciárias federais.

Em outubro, outro plano foi descoberto. O grupo programava resgate de parte dos líderes que estão presos em Presidente Venceslau, entre eles Marcola. Para evitar a fuga, foi reforçado o policiamento na região, e o aeroporto local, fechado.

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