Greve de caminhoneiros

MPF questiona interventor no Rio sobre pedidos de ação militar

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29 de maio de 2018, 11h57

Por suspeitar que os caminhoneiros em greve na área da Refinaria de Duque de Caxias (Reduc) estão buscando uma intervenção militar, e não a redução dos preços de combustíveis, o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro questionou o interventor federal na segurança do estado, general Braga Netto, sobre as medidas que vêm sendo adotadas para o acesso ao local de processamento de petróleo e para a distribuição de combustível à população fluminense.

O MPF fez, nesta segunda-feira (28/5), diligências na Reduc para identificar o atual estágio da mobilização dos caminhoneiros e verificar as medidas que vêm sendo adotadas pelos órgãos estatais para contornar a situação. Depois disso, o procurador da República Julio José Araujo Junior tentou, sem sucesso, falar com o interventor federal. Em seguida, expediu ofício com alguns questionamentos, com prazo de 24 horas para resposta.

No documento, o MPF quer saber do general quais medidas estão sendo adotadas para impedir os bloqueios de caminhoneiros, diante do caráter estratégico do abastecimento. A Procuradoria também pede explicações sobre ações relativas a outras categorias envolvidas no movimento, como a de motoristas de vans. Além disso, o MPF pergunta por que não há clareza quanto ao número de caminhões liberados para abastecer na Reduc e o destino deles.

Nas diligências, diversos fatos chamaram a atenção de Araujo Junior. Primeiro, a mobilização já não mencionava qualquer pauta reivindicatória dos caminhoneiros, mas tão somente o lema “intervenção militar já”, sendo que esta terça-feira (29/5) seria, segundo os manifestantes, crucial para o desfecho do movimento.

Outro ponto de estranheza foi que, no local, havia uma carreata de vans, que estariam lá para prestar algum tipo de auxílio ao movimento. O MPF também questiona a forma de acesso de caminhões à Reduc, já que a equipe da diligência presenciou um bloqueio à entrada de caminhão por meio de barreira humana e verificou a organização das vans para auxiliarem em eventual obstrução no local. Com informações da Assessoria de Imprensa do MPF.

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