Acordo rejeitado

OAB deve apurar denúncia de que delator foi forçado a entregar Kassab

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22 de maio de 2018, 21h19

O advogado Guilherme Batochio, conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil por São Paulo, solicitou que a Presidência do Conselho Federal da entidade “exija completa apuração” para saber se um delator foi pressionado por um promotor de Justiça a delatar o ex-prefeito paulista Gilberto Kassab, hoje ministro da Ciência e Tecnologia.

Batochio se refere à denúncia de Ronilson Rodrigues, ex-subsecretário da Fazenda de São Paulo, de que só teve sua proposta de delação rejeitada por não ter falado nada sobre Kassab. Conforme o jornal Folha de S.Paulo, ele disse ter sido forçado pelo promotor Roberto Bodini a envolver o ex-prefeito no caso da “máfia do ISS”.

“Ele queria que eu dissesse o que ele queria, não o que eu sabia”, disse Rodrigues ao jornal. O ex-auditor contou ao jornal que delatou diversos políticos, inclusive vereadores, mas não Kassab.

Para Batochio, caso a denúncia se confirme, será um caso de “tortura psicológica” para que um réu incrimine outro. Por isso, diz, a atuação da OAB é importante. O presidente do Conselho Federal, Claudio Lamachia, se comprometeu a falar sobre o assunto com o presidente da seccional paulista, Marcos da Costa.

O caso da máfia do ISS foi descoberto pela Controladoria-Geral do Município de São Paulo em 2013. De acordo com o Ministério Público estdual, os envolvidos cobravam propina de empresas em troca de não autuar e dar descontos de ISS a empresas instaladas na capital paulista. A acusação fala em desvios de até R$ 500 milhões. Mais de 400 inquéritos e 24 processos foram abertos, que resultaram em uma condenação.

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