Diagnóstico e tratamento

Modesto Carvalhosa afirma ter as soluções para os problemas do Brasil

Autor

12 de junho de 2018, 20h10

De modesto ele tem apenas o nome. Encara a plateia do Teatro Eva Herz lotado e dá diagnóstico e tratamento para os males do Brasil. A sociedade civil precisa assumir o controle das coisas. Para isso, é necessária uma nova Constituição. E ele já a está esboçando.

Reprodução
Modesto Carvalhosa afirma que um software é capaz de resolver 60 milhões de demandas judiciais com facilidade. Reprodução

O professor Modesto Carvalhosa nunca foi tão popular. O lançamento de seu livro na noite de segunda-feira (11/6) na cidade de São Paulo reuniu uma multidão.

Garçons passam servindo sucos e água em meio a uma fila para comprar o livro e outra para retirar senhas e assistir às palestras. A média de idade era avançada. Uma boa parte dos presentes não pôde assistir ao debate entre Carvalhosa e os jornalistas Madeleine Lacsko e José Nêumane Pinto e o professor de filosofia Clóvis de Barros Filho. Ingressos esgotados. 

A noite é estrelada no número 2.073 da Avenida Paulista. Dois presidenciáveis (quem sabe um terceiro) estão separados por dois lances de escadas.

João Amoêdo, pré-candidato do Novo, prestigia o lançamento de Carvalhosa no último andar.

Marina Silva, pretendente pelo Rede, está no térreo. Sua presença é para o lançamento do livro de seu guru econômico, Eduardo Gianetti, intitulado O Elogio do Vira-Lata e Outros Ensaios. Neste cenário também está Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo e um dos possíveis nomes do Partido dos Trabalhadores.

Corrupção constitucional
Da Cleptocracia para a Democracia em 2019 é o nome da obra de Carvalhosa. Nela, recomenda o fim da reeleição e a proibição de que uma pessoa se candidate para mais de um cargo (se foi senador, não pode ser deputado, por exemplo).

“Estamos no século 19 e a nobreza é a classe política, que tem direito a tudo. Do outro lado está o povo, que não tem nada”, filosofa o professor e advogado. Seu objetivo é dar fim à profissionalização da política. 

Carvalhosa explica um novo conceito: a corrupção constitucionalizada. Seu exemplo é o fato de a lei afirmar que o teto do funcionalismo público é de R$ 33 mil, mas muitos servidores receberem duas ou três vezes mais do que isso.

Destravando o Judiciário
O professor entende que o Estado é engessado e tem chaves para destravar alguns pontos. Para resolver o Judiciário, afirma que já existem softwares capazes da analisar a massa de processo e identificar as demandas que são iguais e assim gerar decisões também iguais.

A simplicidade da solução espanta, mas não mais do que o resultado prometido: segundo ele, seriam 60 milhões de processos resolvidos de forma quase instantânea.

Para a falta de representatividade da população no Congresso, sugere que a tecnologia seja utilizada para um tipo de votação direta da população em leis e recalls que pudessem abortar os mandados dos legisladores.

Manual de Redação
Uma das indignações do autor é com a imprensa. Ali, de bate e pronto, faz seu Manual de Redação. “Fico impressionado que a imprensa noticia com uma naturalidade enorme que o presidente do PP quer compor pareceria com outro partido. Como se não fossem criminosos! Toda vez que cita ele deveria escrever que é criminoso!”.

Cunha sem crédito
No final do evento, Modesto Carvalhosa não demonstra generosidade com o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha. O palestrante afirma que quem conseguiu o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff foi o povo.

“Estávamos pertinho de virar uma Venezuela. Aquela mulher tem transtornos psíquicos e deveria ser internada”, diz.

O público vai à loucura. Bate palmas, grita e assovia.

Autores

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!