O Instituto de Defesa do Direito de Defesa repudiou, em nota, a fala do novo delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo de que as audiências de custódia são “um freio na ação policial”. A declaração de Paulo Afonso Bicudo foi publicada no sábado (14/7), em entrevista ao portal R7.

De acordo com o instituto, é “lamentável” que o chefe da corporação mostre pouco apreço por um instrumento indispensável em um Estado Democrático de Direito.
A posição do delegado-geral, segundo o IDDD, leva para dentro da administração estadual “uma visão anacrônica e irresponsável sobre o enfrentamento da violência institucional e do encarceramento abusivo”.
O IDDD considerou ainda que a posição de Bicudo “deriva de um entendimento absolutamente equivocado sobre o funcionamento das audiências”, isso porque a responsabilidade por levar as pessoas detidas até o fórum é da Polícia Militar.
Desta forma, sustenta que assegurar o funcionamento das audiências de custódia não é uma escolha para as polícias de São Paulo, já que foram internalizadas pelo ordenamento jurídico brasileiro e regulamentadas por resolução do Conselho Nacional de Justiça.
“O que se espera do chefe da Polícia Civil do Estado de São Paulo — e de todos os atores do sistema de Justiça — é o total compromisso com um instituto essencial para garantir o acesso à Justiça, o pleno exercício do direito de defesa e o devido processo legal”, diz a entidade. Com informações da Assessoria de Imprensa do IDDD.
Comentários de leitores
6 comentários
IDDD
Bellbird (Funcionário público)
O que se espera de um chefe de polícia é defender a sociedade.
O bandido já tem muitos para defendê-lo.
O delegado falou
Bellbird (Funcionário público)
aquilo que a sociedade já vem falando há muito tempo.
Audiência de custódia só serve para soltar preso e aumentar a sensação de impunidade..
Se o Lula tivesse passado por ela, estaria solto.
Repudiamos o IDDD
Servidor estadual (Delegado de Polícia Estadual)
Repudiamos um órgão que trafega por uma única via, a que ignora o sofrimento e a dor das vítimas, reforçando a impunidade através de meios para manter em liberdade pessoas nocivas à sociedade. A prática, diferente de Ronald Dworkin, me mostrou uma mulher cujo filho foi internado por inanição porque o ladrão furtou seu botijão de gás, mas é apenas uma vítima da sociedade, não empregou violência, o botijão pode ser facilmente substituído, etc. Por isso repudiamos o IDDD, até porque o DG tem direito a se expressar. Ou a CF só vale para um lado?
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