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Janot depõe à PF em investigação sobre bastidores da delação da JBS

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15 de janeiro de 2018, 18h16

O subprocurador-geral da República Rodrigo Janot prestou depoimento à Polícia Federal, nesta segunda-feira (15/1), em investigação que trata das gravações entregues por delatores do grupo empresarial J&F, controlador da JBS, à Procuradoria-Geral República.

Ouvido em seu gabinete, em Brasília, Janot falou como testemunha por ter acompanhado todas as etapas da delação premiada envolvendo os empresários Joesley Batista, Ricardo Saud e Francisco e Assis e Silva. A investigação foi aberta no ano passado, depois que o então procurador-geral anunciou a rescisão do acordo por suspeita de que os envolvidos esconderam informações.

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Janot foi ouvido nesta segunda pela PF.
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Em setembro, Janot convocou jornalistas para anunciar “fatos gravíssimos”, envolvendo inclusive “agentes do Supremo Tribunal Federal”, e disse que pediria para a corte rever benefícios, pois tudo indicava quebra de confiança.

Como relatou a ConJur, as provas implicavam mais o próprio Janot do que o STF: em conversa gravada, Joesley e o lobista Ricardo Saud citam interesse em conseguir informações de ministros, mas também conversavam sobre como usar o ex-procurador da República Marcelo Miller para convencer o então PGR a aceitar a proposta de delação que eles pretendiam fazer.

“Nós dois temos que operar o Marcelo direitinho pra chegar no Janot”, diz Joesley, em um momento. Em outro trecho, depois de falar de conversas que teve com Miller, ainda como procurador, afirma: “Nós somos joia da coroa deles. O Marcelo já descobriu e já falou com o Janot: ‘Ô Janot, nós temos o pessoal que vai dar todas as provas que nós precisamos’. E ele já entendeu isso”.

A gravação deixa claro que já estava tudo pronto para a delação, mas que Joesley decidiu, após consultar Miller, esperar mais para entregar o material.

A ministra Cármen Lúcia, presidente do STF, solicitou abertura de inquérito para não restar “qualquer sobra de dúvida sobre a dignidade do STF”. Em dezembro, a PF sugeriu que a investigação seja arquivada por falta de referências a crimes nas conversas gravadas. Com informações da Agência Brasil.

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