Advocacia 2018

Aumento de advogados dificulta inserção no mercado, diz presidente da OAB-MA

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8 de janeiro de 2018, 8h30

A oferta abundante de advogados no Maranhão é uma das preocupações do presidente da seccional local da Ordem dos Advogados do Brasil, Thiago Diaz. Atualmente, o estado conta com mais de 13 mil profissionais. "É um contingente considerável que traz algumas dificuldades", afirma.

OAB-MA
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Diaz também destaca que é preciso valorizar a classe no estado. A solução, segundo ele, é a criação do piso salarial da categoria. Ainda em relação à remuneração, o presidente da OAB-MA defende que a competência sobre a definição de valores para honorários é da Ordem, não havendo o que falar de fiscalização externa.

"A tabela de honorários da advocacia é regulada pela Ordem dos Advogados do Brasil, quem tem essa responsabilidade atribuída por lei. Ou seja, compete à Ordem fazer a regulação."

Leia a entrevista:

ConJur — Quais são os principais gargalos da advocacia em seu estado?
Thiago Diaz —
Os principais gargalos são as lutas pela valorização da classe e pela melhor remuneração, especialmente em relação ao piso salarial da categoria. Outro problema é a quantidade de advogados que chegam ao mercado de trabalho. O Brasil tem mais de um milhão de advogados; no Maranhão são mais de 13 mil profissionais ativos. É um contingente considerável que traz algumas dificuldades.

ConJur — O que o senhor acha da investigação do Cade sobre a tabela de honorários da Ordem?
Thiago Diaz —
A tabela de honorários da advocacia é regulada pela Ordem dos Advogados do Brasil, quem tem essa responsabilidade atribuída por lei. Ou seja, compete à Ordem fazer a regulação.

ConJur — Quais os efeitos da reforma trabalhista para os escritórios de advocacia?
Thiago Diaz —
Os advogados trabalhistas, sejam os que atuam para empresas ou os que defendem trabalhadores, terão que se reinventar. A reforma é muito ampla, e as empresas vão ter que trabalhar muito mais com a questão do planejamento porque a reforma traz inúmeras brechas nas contratações. Os advogados dos trabalhadores vão ter que saber instruir os processos de maneira muito adequada para garantir os direitos dos seus constituintes.

ConJur — O Ministério Público do Trabalho tem competência para ir a bancas fiscalizar se a figura do associado não está sendo usada para maquiar a relação de emprego?
Thiago Diaz —
O Ministério Público do Trabalho tem que ter muito cuidado nessa atividade junto à advocacia, pois a lei estabelece que a Ordem dos Advogados do Brasil é competente para fiscalizar e regular a atividade.

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Esta entrevista integra uma série de conversas com os presidentes das seccionais da OAB. Leia as que já foram publicadas:
Marcos Vinícius Jardim (OAB-AC)
Marco Aurélio Choy (OAB-AM)
Luiz Viana (OAB-BA)
Marcelo Mota (OAB-CE)
Juliano Costa Couto (OAB-DF)
Homero Mafra (OAB-ES)
Lúcio Flávio Paiva (OAB-GO)

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