Mudança de estratégia

Sérgio Cabral decide fazer delação premiada e advogado deixa o caso

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23 de dezembro de 2018, 15h51

O advogado Rodrigo Roca não faz mais parte da defesa do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral. Roca confirmou o afastamento neste domingo (23/12), após decisão de Cabral de fazer acordo de colaboração premiada. O anúncio do acordo com a força-tarefa da operação "lava jato" foi feito pelo jornal O Globo.

Roca fazia a defesa de Cabral desde novembro de 2017, quando o ex-governador foi preso acusado de chefiar um esquema de corrupção que desviou mais de R$ 210 milhões dos cofres públicos. Em entrevista à ConJur, em setembro, ele já havia dito que se o ex-governador fizesse o acordo, ele sairia do caso.

Na época, Roca contou que Cabral não considerava fazer o acordo de delação premiada. O advogado ainda criticou a banalização do instrumento na “lava jato” e atacou o papel da imprensa no caso.

O último depoimento de Cabral ao juiz federal Marcelo Bretas, responsável pelos julgamentos em primeira instância da "lava jato" no Rio, no dia 14 de dezembro, já indicavam uma mudança na defesa. Ao contrário do que vinha fazendo, Cabral optou por permanecer em silêncio.

Nova procuração
Segundo o jornal O Globo, antes mesmo da confirmação de saída de Roca, o advogado João Bernardo Kappen teria recebido uma procuração para organizar a colaboração premiada com o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro e com a Procuradoria-Geral da República. As conversas com os responsáveis pela operação “lava jato” no Rio já teriam iniciado.

Procurada, a assessoria de imprensa do MPF no Rio não confirmou se uma negociação de delação premiada estaria em curso. 

Condenado no total a 198 anos e seis meses de prisão, Cabral nega o recebimento de propina e o favorecimento de empreiteiras para a realização de obras públicas. Ele tem admitido contudo, o recebimento de caixa dois.

*Texto alterado às 11h00 de 24/12 para correção de informações.

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