"Ruptura tecnológica"

Com dívida de R$ 1,6 bilhão, editora Abril pede recuperação judicial

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15 de agosto de 2018, 18h00

O Grupo Abril pediu recuperação judicial. O pedido foi protocolado na Justiça de São Paulo nesta quarta-feira (15/8) e, depois de homologado, será apresentado aos credores em até 60 dias. De acordo com nota divulgada pela editora, a dívida apresentada no pedido de recuperação é de R$ 1,6 bilhão. A proposta apresentada pela empresa é que fique com as dívidas paradas durante 180 dias, para que sejam renegociadas com os credores.

No dia 6 de agosto, a Abril anunciou o fechamento de diversas revistas e a demissão de cerca de 600 pessoas. Semanas antes, foi anunciada a saída de Giancarlo Civita da direção da empresa, que seria assumida pela consultoria financeira Alvarez e Marsal, dos Estados Unidos.

De acordo com o balanço de 2017 da Abril, a empresa fechou o ano com prejuízo operacional de R$ 368,3 milhões. O que mais pesou no prejuízo foi o pagamento das indenizações trabalhistas, que custaram R$ 23 milhões, e a baixa do ágio da marca Casa Cor, que custou R$ 45 milhões. O pagamento de dívidas tributárias para entrar no Pert, programa de refinanciamento fiscal do governo federal, levou da Abril R$ 63 milhões.

No comunicado sobre o pedido de recuperação judicial, a Abril culpa dois fatores: “A ruptura tecnológica que atinge mundialmente as atividades de comunicação” e “os impactos da mais profunda crise no Brasil, cuja marca mais evidente foi uma perda acumulada de 10% no PIB per capita, causando a perda de milhares de empregos e dificuldades para inúmeras empresas”.

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