Pleito de novembro

Facebook remove contas falsas criadas para influenciar eleições nos EUA

Autor

1 de agosto de 2018, 9h35

Através de um comunicado em seu website, o Facebook anunciou nesta terça-feira (31/7) que removeu 32 páginas e contas “não autênticas” de sua plataforma e do Instagram, criadas para divulgar notícias e anúncios destinados a influenciar as eleições de novembro nos EUA.

A empresa não liga, definitivamente, a atual campanha de propaganda política a agentes russos, que fizeram a mesma coisa antes das eleições presidenciais de 2016 para ajudar a eleger o então candidato republicano Donald Trump.

Mas executivos da empresa disseram ao New York Times que algumas ferramentas e técnicas usadas agora são similares às que foram usadas pela Internet Research Agency (IRA), uma agência ligada ao Kremlin, naquele ano.

Apenas são mais sofisticadas, diz o comunicado do Facebook. “Está claro que quem abriu essas contas fez um trabalho muito melhor do que a IRA, em 2016, conseguindo esconder suas verdadeiras identidades”, declarou a empresa. “Isso se deve, em parte, aos esforços que fizemos no ano passado para dificultar tais ações. Mas nenhuma medida de segurança dura para sempre.”

As notícias e anúncios orquestrados têm visado, especialmente, candidatos do Partido Democrata ao Senado nas eleições de novembro. Em seu comunicado, o Facebook informa que, até agora, alguns grupos, ainda desconhecidos, gastaram US$ 11 mil com 150 anúncios no Facebook e no Instagram, parte deles contra esses candidatos.

Em muitos casos, os grupos responsáveis pela campanha pagaram terceiros para comprar os anúncios de propaganda no Facebook e no Instagram, para permanecerem anônimos.

No total, 290 mil pessoas seguiram as páginas de propaganda política. As páginas mais visitadas foram “Aztlan Warriors”, “Black Elevation”, “Mindful Being” e “Resisters”. Mas não se conhece as pessoas por trás dessas páginas.

As demais tiveram de zero a 10 seguidores. As páginas do Instagram tiveram zero seguidores. Foram feitas mais de 9.500 postagens orgânicas, segundo o comunicado do Facebook.

Os autores da propaganda política também promoveram cerca de 30 eventos no Facebook. Cerca de metade deles tiveram menos de 100 seguidores interessados. O mais popular movimentou cerca de 4.700 seguidores, que prometeram comparecer ao evento. O segundo maior alcançou a mesma promessa de cerca de 1.400 seguidores.

O Facebook informou ainda que vem trabalhando com órgão de segurança dos EUA, especialmente o FBI, com o Congresso, outras empresas de tecnologia e organizações como Atlantic Council’s Digital Forensic Research Lab, em uma via de duas mãos — isto é, fornecendo e recebendo informações.

Autores

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!