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Dez são presos por supostos desvios em fundos de pensão de estatais

12 de abril de 2018, 14h55

Por Sérgio Rodas

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Policiais federais cumpriram na manhã desta quinta-feira (12/4), no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, 10 mandados de prisão preventiva contra acusados de operar um esquema de desvio de recursos dos fundos de pensão dos Correios (o Postalis) e do Serpros. As ordens foram expedidas pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio.

O procurador da República Eduardo El Hage, coordenador da força-tarefa da operação “lava jato” no Rio, afirmou em coletiva de imprensa na capital fluminense que o empresário Arthur Machado pagava propina para executivos dos fundos de pensão direcionarem recursos para as suas companhias. Segundo os investigadores, elas receberam R$ 119 milhões do Postalis e R$ 72 milhões do Serpros.

De acordo com o procurador da República Rodrigo Timóteo, Carlos Alberto Valadares Pereira (ex-integrante do Conselho de Administração do Serpros), os pagamentos de propina eram direcionados a Marcelo Borges Sereno (suposto operador do PT), Ricardo Siqueira Rodrigues (operador), Adeilson Ribeiro Telles (ex-funcionário do Postalis) e Milton de Oliveira Lyra Filho (suposto operador do MDB).

Lyra é investigado em inquérito semelhante que tramita em Brasília. Porém, a juíza do caso no Distrito Federal negou sua prisão provisória. Conforme o delegado federal Alexandre Bessa, a diferença é que a investigação no DF busca apurar o desvio de recursos dos fundos de pensão, enquanto a do Rio se concentra na lavagem de dinheiro, evasão de divisas e pagamento de vantagens indevidas.

Os recursos do esquema eram enviados para contas no exterior, que depois voltavam ao Brasil em espécie, apontam os investigadores. Eles dizem que R$ 45 milhões foram lavados fora do Brasil e que R$ 20 milhões foram pagos a título de suborno.