Conflito de clientes

Por já ter defendido Funaro, Mariz deixa defesa de Michel Temer

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22 de setembro de 2017, 14h55

A delação de Lúcio Funaro apresentou seu primeiro resultado prático: a saída do criminalista Antônio Cláudio Mariz de Oliveira da defesa do presidente Michel Temer. O advogado alegou nesta sexta-feira (22/9) a existência de conflito ético, porque já defendeu o financista, acusado de ser operador de propinas do ex-deputado federal Eduardo Cunha.

Apesar disso, ele afirmou que continuará atuando em outros casos do peemedebista. “No mais eu continuo sendo o advogado do presidente", disse o advogado ao Valor Econômico. Mariz trabalhou para Funaro até a sua prisão, em 2016. O doleiro foi preso por decisão do juiz Vallisney Oliveira, da 10ª Vara Criminal Federal em Brasília, por suspeita de envolvimento em um esquema de desvios do FGTS.

José Cruz/ABr
Temer foi avisado por Mariz sobre a saída da equipe de defesa na sexta-feira (15/9), durante reunião na casa do presidente, em São Paulo.
José Cruz/ABr

Ao Valor Econômico, Mariz negou que tenha deixado de representar Funaro porque o doleiro decidiu fazer delação premiada. "Isso é uma bobagem enorme. O Brasil inteiro sabe desde abril que ele [Funaro] delataria. Ele chegou a consultar o Adriano Bretas [advogado do ex-ministro preso Antonio Palocci] para buscar a delação", afirmou.

A saída de Mariz ocorre logo após o Supremo Tribunal Federal decidir que não vai determinar a revisão da última denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República ainda sob a condução do ex-procurador-geral Rodrigo Janot.

O criminalista foi o advogado do presidente na primeira denúncia feita pela PGR e rejeitada pelo Congresso em 2 de agosto deste ano. A nova acusação da PGR contra Temer chegou à Câmara dos Deputados nesta sexta-feira (22/9).

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, Temer foi avisado por Mariz sobre a saída da equipe de defesa na sexta-feira (15/9), durante reunião na casa do presidente, em São Paulo. Mas o peemedebista, continua o veículo, já sabia dessa possibilidade, pois o advogado tinha avisado anteriormente que não poderia continuar representando o político se fosse apresentada uma denúncia a partir de uma eventual delação de Funaro.

Mariz ofereceu a Temer nomes de colegas que poderão substituí-lo. Com informações da Agência Brasil.

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