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Janot pede prisão de ex-procurador Marcelo Miller, Joesley Batista e Saud

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9 de setembro de 2017, 11h18

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a prisão de seu ex-funcionário, Marcelo Miller, do empresário Joesley Batista, dono do frigorífico JBS, e do ex-lobista da J&F (controladora da JBS) Ricardo Saud. A solicitação foi feita ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, na noite desta sexta-feira (8/9).

O pedido de prisão foi feito porque, segundo a PGR, Joesley e Saud, que são delatores, esconderam do Ministério Público fatos criminosos que deveriam ter sido contados nos depoimentos. A conclusão de que os dois omitiram informações passou a ser investigada pelo órgão na segunda-feira (4/9), a partir de gravações entregues pelo empresário e pelo lobista como forma de complementação do acordo de colaboração premiada.

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Janot pediu a prisão de Joesley Batista, Ricardo Saud e Marcelo Miller.

A PGR também suspeita que o ex-procurador da República Marcelo Miller atuou como “agente duplo” durante o processo de delação. Ele estava na procuradoria no período das negociações e deixou o cargo para atuar em um escritório de advocacia em favor da J&F.

Por meio de sua assessoria, a J&F disse desconhecer até o momento a informação sobre o pedido de prisão de Joesley e de Ricardo Saud.

Na segunda-feira (4/9), Janot anunciou um pedido ao STF para rever benefícios concedidos aos delatores, pois tudo indicava quebra de confiança.

Poucas horas depois do anúncio, feito em entrevista coletiva, a petição foi divulgada à imprensa. Segundo o procurador-geral, foram encontradas gravações de conversas envolvendo Miller de antes de as provas da delação terem sido apresentadas à PGR.

Durante a coletiva, Janot disse que denunciaria “fatos gravíssimos” aos jornalistas, envolvendo inclusive “agentes do Supremo Tribunal Federal”. No entanto, as provas divulgadas às principais redações do país mostram que Joesley e Saud conversavam sobre como usar Miller para convencer Janot a aceitar a proposta de delação que eles pretendiam fazer.

“Nós dois temos que operar o Marcelo direitinho pra chegar no Janot”, diz Joesley, em um momento. Em outro trecho, depois de falar de conversas que teve com Miller, ainda como procurador, afirma: “Nós somos joia da coroa deles. O Marcelo já descobriu e já falou com o Janot: ‘Ô Janot, nós temos o pessoal que vai dar todas as provas que nós precisamos’. E ele já entendeu isso”. A gravação deixa claro que já estava tudo pronto para a delação, mas que Joesley decidiu, após consultar Miller, esperar mais para entregar o material. Com informações da Agência Brasil.

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