Futuro interdisciplinar

Advogado defende que outros profissionais também sejam sócios de banca

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24 de outubro de 2017, 14h22

Os escritórios de advocacia estão cada vez mais defasados, e isso se deve ao fato de serem formados apenas por advogados. A tese é de Marcelo Guedes, presidente da Associação Brasileira de Jurimetria (ABJ), para quem o trabalho dos profissionais do Direito exige cada vez mais um esforço interdisciplinar.

Guedes palestrou na manhã desta terça-feira (24/10) na Fenalaw, feira que ocorre anualmente em São Paulo e promove palestras e negócios relacionados ao mundo jurídico.

Segundo ele, na ABJ, por exemplo, a estrutura é formada por um terço de advogados e dois terços de profissionais de outras áreas. “São cientistas de dados, programadores, engenheiros. Todos trabalhando para elaborar formas de extrair informações de bancos de dados como histórico de decisões, jurisprudências, estatísticas de tribunais.”

No entanto, o advogado ressalta que essa estrutura ainda não pode ser replicada em escritórios de advocacia, pois a legislação é rígida e engessada.

“Apenas advogados podem ser sócios, o que atrapalha esse trabalho interdisciplinar. Também não é permitido o sócio capitalista, aquele que tem interesse em investir para ter lucro, sem ser da área. Estão surgindo empresas de lawtech que possuem tudo isso e estão ocupando um espaço que poderia ser ocupado pelos escritórios. A legislação foi feita para proteger a profissão, mas está atrapalhando”, disse.

A revista eletrônica Consultor Jurídico é mídia oficial da Fenalaw 2017. O evento ocorre até esta quinta-feira (26/10). Para mais informações, acesse o site oficial.

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