Mercado do Direito

Advocacia deve ser tratada e regulada como um negócio, diz profissional britânico

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24 de outubro de 2017, 19h50

A advocacia é uma profissão ou um negócio? A pergunta foi feita pelo advogado britânico Stephen Mayson durante a palestra de abertura da Fenalaw, nesta terça-feira (24/10). O questionamento veio como provocação, em relação ao fato de vários países — inclusive e especialmente o Brasil — criarem barreiras para a advocacia operar como um negócio comum.

“O Direito é uma profissão e também pode ser um bom negócio, desde que regulado e com ética”, respondeu o palestrante. Professor de Direito na University College of London, Mayson é um barrister, classe de advogados que tem o direito de defender os casos perante as supremas cortes do Reino Unido (são apenas 15 mil profissionais desse tipo).

Além disso, ajudou a revisar em 2015 o Legal Services Act, lei britânica de 2007 que redefiniu o mercado da advocacia no Reino Unido. Na abertura da feira, Mayson contou que uma das principais mudanças foi a criação de um conselho de serviço jurídico, um escritório de reclamação e um ombudsman.

“A nova estrutura alternativa de negócios prevê que tenha um advogado, um não advogado e alguém de finanças. Enfim, são várias áreas envolvidas, como já ocorre em outros negócios. Mas antes de entrar efetivamente em atividade, essas novas estruturas passam por uma rígida verificação antes da autorização para exercer a atividade”, relatou o britânico.

Para ele, a estrutura regulatória que foi construída em torno do advogado vai mudar, porque o próprio cliente quer isso. “Precisamos reinventar a prática do Direito e a regulação precisa refletir as mudanças geográficas e tecnológicas”, defendeu.

A revista eletrônica Consultor Jurídico é mídia oficial da Fenalaw 2017. O evento ocorre até esta quinta-feira (26/10). Para mais informações, acesse o site oficial.

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