Risco de conflitos

Traficantes do Rio Nem e Zeu ficarão mais 1 ano em presídios federais

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20 de outubro de 2017, 13h14

Pelo risco de aumento de conflitos armados no Rio de Janeiro, o juiz da Vara de Execuções Penais do estado, Rafael Estrela, renovou por mais 360 dias o prazo de permanência dos traficantes Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, e Eliseu Felício de Souza, o Zeu, nos presídios federais de Porto Velho (RO) e Mossoró (RN), respectivamente.

Marcelo Horn/Governo do Rio de Janeiro
Segundo investigadores, Zeu domina o tráfico de drogas no Complexo do Alemão.
Marcelo Horn/Governo do Rio de Janeiro

O juiz acolheu pedido da Secretaria Estadual de Segurança. Relatório de inteligência do órgão destacou que a volta de Nem e Zeu para o Rio poderia acirrar a disputa pelo controle de pontos de tráfico de drogas. O documento cita como exemplo a guerra travada na Rocinha entre facções rivais. Devido ao acirramento do conflito, o Exército foi acionado para ajudar a restabelecer alguma ordem no local.

Na decisão, Estrela destaca que a Lei de Execuções Penais permite que o detento seja recolhido em presídio federal de outro estado quando a medida se justificar no interesse da segurança pública. Por sua vez, a Lei 11.671/2008, que regula a transferência de presos, autoriza a renovação do prazo por um novo período, caso permaneçam inalterados os motivos da transferência.

“Reforça-se a imprescindibilidade da medida em questão, quando se vislumbra o atual momento de crise em que se encontra o estado do Rio de Janeiro, com sérias implicações no potencial de investimento e manutenção dos órgãos de segurança pública e administração penitenciária, reforçando a sensação de insegurança e instabilidade, que só se agravarão com o retorno dos líderes de facção”, assinalou o juiz na decisão.

Apontado como líder do tráfico na Rocinha e da facção criminosa Amigos dos Amigos, Nem cumpre pena em presídio federal desde novembro de 2011.

Zeu, por sua vez, foi transferido em dezembro de 2010. Condenado a 23 anos pela morte do jornalista Tim Lopes, em junho de 2002, ele, segundo as investigações, integra a cúpula do Comando Vermelho, ocupando posição de liderança no Complexo do Alemão, da Penha, Palmerinha e Tuiuti. Com informações da Assessoria de Imprensa do TJ-RJ.

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