Sem provas

Justiça Federal absolve ex-sócio do escritório de advocacia de Adriana Ancelmo

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17 de outubro de 2017, 17h39

Por falta de provas, o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, absolveu nesta segunda-feira (16/10) o advogado Thiago Aragão, ex-sócio do escritório da ex-primeira-dama do Rio de Janeiro Adriana Ancelmo, da acusação de obstrução de Justiça. Aragão ainda responde a outro processo, por lavagem de dinheiro.

Parte da acusação foi baseada em colaboração premiada de Ítalo Garritano Barros, proprietário do restaurante Manekineko. Barros disse que a empresa servia como local para lavar dinheiro ilícito que entrava pelo escritório de Adriana Ancelmo, fruto de transações ilegais do então governador Sérgio Cabral.

A defesa de Aragão argumentou, no entanto, que o Ministério Público Federal não conseguiu provar sua culpa, baseando-se unicamente na palavra do delator. Também sustentou, entre outras coisas, que, após sua prisão, confessou ser o responsável pelo pagamento, por meio de recursos em espécie, de parte da folha salarial dos funcionários de Ítalo Barros e que recentemente, em interrogatório, admitiu que os honorários percebidos pelo escritório excediam o valor efetivo dos serviços prestados.

Além disso, a defesa alegou que Aragão sempre auxiliou nas investigações e que não houve qualquer influência negativa de sua parte sobre o delator Barros.

Apesar de o MPF ter denunciado Aragão por integrar organização criminosa, promovendo embaraço à investigação, pedindo sua condenação e o perdimento do produto dos crimes, incluindo aí os valores bloqueados em contas e investimentos bancários, Bretas entendeu que a Promotoria não foi capaz de provar a acusação.

O MPF foi procurado para opinar sobre a sentença e a possibilidade de recurso, mas até a publicação deste texto ainda não havia se pronunciado.

Condenações rigorosas
Embora tenha sido absolvida pelo juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sergio Moro, Adriana Ancelmo foi condenada a 18 anos e 3 meses de prisão por Marcelo Bretas, que entendeu que ela praticou os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Somadas as duas sentenças, o marido dela, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral, já foi condenado a 59 anos e 4 meses de prisão.

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