questão olímpica

Bretas transforma em preventiva a prisão de Carlos Nuzman, presidente do COB

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9 de outubro de 2017, 20h36

Foi convertida em preventiva a prisão do presidente afastado do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman. O pedido do Ministério Público Federal no Rio de Janeiro foi acolhido nesta segunda-feira (9/10) pelo juiz da 7ª Vara Federal Criminal, Marcelo Bretas, responsável pelos processos da operação "lava jato" no estado.

Já a prisão temporária de Leonardo Gryner, ex-diretor do COB e do Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016, foi renovada. Agora ele ficará mais cinco dias encarcerado.  

Os dois dirigentes estão presos desde quinta-feira (5/10), quando foi deflagrada a operação unfair play, que investiga uma suposta compra de votos para a escolha do Rio como sede dos Jogos Olímpicos de 2016. 

Ocultação de bens 
Na decisão, o juiz Bretas diz que, inicialmente, tinha decidido apenas pelo depoimento de Nuzman com mandados de busca e apreensão. O aprofundamento das investigações, no entanto, identificou mais claramente a participação do dirigente esportivo no suposto esquema criminoso de compra de votos, o que motivou o pedido da prisão temporária na semana passada, além de nova busca e apreensão na residência dele.

O juiz destaca ainda que o objeto da investigação não se restringe à compra dos votos, que “seria apenas mais uma etapa de outra empreitada criminosa, bem maior, levada a efeito pela Organização Criminosa instalada na intimidade da administração do estado do Rio de Janeiro. Como já exaustivamente descrito nas decisões cautelares anteriores, às quais me reporto, a escolha da cidade do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de2016 teria criado a oportunidade adequada para a realização de várias obras de grande porte neste Estado”, indicou.

Bretas aponta ainda a evidência, por parte de Nuzman, de comportamento “tendente a promover ocultação criminosa de bens e direitos, sob a falsa aparência de regularidade fiscal”. Segundo o juiz, foram apreendidos e-mails datados de 29 de setembro deste ano, após a deflagração da Operação Unfair Play, em que o dirigente pede o pagamento, pelo COB, do contrato de prestação de serviços advocatícios com o escritório Nélio Machado Advogados, no valor de R$ 5.5 milhões.

Para o juiz, isso mostra que, além de ter influência no Comitê, Nuzman usava a entidade para pagamento de despesas pessoais, uma vez que o advogado o defende. “Ao que parece, Carlos Nuzman estaria utilizando recursos do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) para fazer face a despesas pessoais, já que o advogado Nélio Machado o representa pessoalmente nos processos criminais em curso neste Juízo. O que resta evidente com a proximidade entre o requerimento do pagamento a ser realizado e a deflagração da Operação Unfair Play, além da referida “urgência” para efetivação do pagamento dos honorários ao escritório de advocacia”.

Nuzman pediu afastamento do cargo de presidente do COB no último dia 6, o que será analisado em assembleia geral extraordinária na próxima quarta-feira (11/10), às 14h30, na sede da entidade, na Barra da Tijuca. Na carta encaminhada ao COB, Nuzman afirma que vai provar sua inocência e que não poderia deixar o esporte olímpico brasileiro ser atingido pelos acontecimentos e investigações que o envolvem, segundo ele, "injustamente”. Com informações da Agência Brasil. 

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