Falta movimentação

Para Moro, combate à corrupção não pode se limitar ao Judiciário

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27 de novembro de 2017, 16h27

O combate à corrupção que está sendo travado no Brasil, por causa da extensão dos crimes, não deveria ficar restrito ao Judiciário, à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal. As lideranças políticas, por exemplo, poderiam aproveitar o momento para adotar medidas que reduzam a possibilidade dessa prática se repetir.

Gil Ferreira
"O problema da corrupção sistêmica é que as pessoas passam a perder a confiança na lei, na democracia e nas instituições", disse Moro.

A opinião é do juiz federal Sergio Moro, da 13º Vara Federal de Curitiba, responsável pelos casos investigados na operação "lava jato" na primeira instância.

"O que mais me frustrou é que eu tinha uma expectativa de que o tratamento não estivesse restrito às cortes de Justiça", disse o magistrado à jornalista Thaís Oyama, durante evento promovido pela revista Veja nesta segunda-feira (27/11), em São Paulo.

Segundo o magistrado, para superar "esse nível de corrupção sistêmica", seriam necessárias reformas que diminuíssem as chances de esses crimes ocorrerem, como a redução de cargos com direito a foro por prerrogativa de função de ingerência política nas nomeações de cargos das estatais.

Na visão do julgador, porém, o que prevalece é a omissão das lideranças políticas em relação a essas reformas necessárias para combater a corrupção. A exceção, diz, foi a Lei das Estatais — o que não é suficiente, ressalta. "O problema da corrupção sistêmica é que as pessoas passam a perder a confiança na lei, na democracia e nas instituições."

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