Realidade distorcida

IASP, Velloso, Figueiredo e Podval também se manifestam contra reportagem

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25 de novembro de 2017, 10h37

Continuam as manifestações da advocacia contra a reportagem de capa da última edição da revista Veja, sobre os profissionais que defendem clientes envolvidos na operação "lava jato" e o quanto essa atuação tem rendido a eles. O Instituto dos Advogados de São Paulo divulgou nota para contestar a publicação.

O IASP afirma que a reportagem transmite à sociedade a “falsa mensagem de que a Advocacia se confunde, ou se beneficia com a corrupção”. Para a entidade, a revista tenta incitar a sociedade contra a classe da advocacia.

Os advogados Pedro Ivo Velloso e Ticiano Figueiredo também contestam a reportagem, que os descreve como pupilos de Kakay que ficaram milionários ao criar uma banca de grife para cuidar de casos penais. A revista diz que cobrariam de R$ 5 milhões a R$ 8 milhões para assumir um caso.

Por meio de nota, os advogados dizem que a reportagem é uma "investida contra o direito de defesa" e um "desserviço à justiça". “No que diz respeito a estes advogados, o texto mente, exagera e distorce — ao fantasiar uma realidade que não existe. Os valores citados não correspondem à realidade e servem apenas para gerar um clima de ódio e perseguição à nossa profissão”, dizem.

Antes, Alberto Zacharias Toron, Cláudio Mariz e José “Juca” Luís Oliveira Lima afirmaram que a informação que cobram R$ 10 milhões não é verdadeira. Antonio Bretas e Kakay disseram que o que foi publicado é oposto ao que havia sido dito no pedido de entrevista. 

O advogado Roberto Podval se disse surpreso ao ler a reportagem. "Criminalistas por vocação não são os que agradecem a desgraça alheia como moeda de troca para satisfação de sua ganância. Ao contrário, são os que lutam para que o Estado Democrático de Direito seja respeitado, independentemente do valor dos honorários ou da completa ausência deles".

A Associação dos Advogados de São Paulo considerou a abordagem sensacionalista. "A AASP solidariza-se com os colegas que tenham sido indevidamente mencionados e reafirma sua posição em defesa dos verdadeiros valores da Advocacia: coragem, zelo e independência", disse em nota.

O Instituto de Garantias Penais (IGP) também se manifestou. A entidade disse ser “lamentável que um importante veículo de comunicação divulgue dados manifestamente inverídicos, infundados e mistificadores, com o claro propósito de provocar a falsa percepção de que a Advocacia se beneficia ou, até mesmo, confunde-se com a corrupção”.

Clique aqui para ler a nota do IASP. 
Clique aqui para ler a carta de Figueiredo e Velloso. 
Clique aqui para ler a carta de Roberto Podval. 

*Texto alterado às 18h21 para acréscimo de informações.

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