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Suspeito de corrupção, ex-secretário de Cabral é preso no Rio de Janeiro

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23 de novembro de 2017, 9h53

A Polícia Federal prendeu, na manhã desta quinta-feira (23/11), o advogado Régis Fichtner, ex-secretário da Casa Civil no governo Sérgio Cabral (PMDB). Além disso, a PF deteve o empresário Georges Sadala, suspeito de ser o operador financeiro do esquema montado pelo ex-governador.

Os mandados de prisão preventiva foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio. Ele também autorizou outras três detenções, uma condução coercitiva e 14 buscas e apreensões, que estão sendo feitas pela PF na capital fluminense e em Duque de Caxias. A nova fase da operação “lava jato” no Rio investiga os crimes de corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Fichtner, que é sócio do escritório Andrade & Fichtner Advogados, é suspeito de ter recebido propina de R$ 1,6 milhão para facilitar negócios de empresários com o governo do Rio. Em delação premiada, o ex-assessor de Cabral Luiz Carlos Bezerra acusou o advogado de receber o dinheiro do suborno na banca e no Palácio Guanabara.

O Ministério Público Federal afirma que Fichtner favoreceu empresas que eram assessoradas por seu escritório – do qual ele se afastou enquanto foi secretário do Executivo fluminense. Segundo os procuradores, ele contratou, em 2012, a Líder Táxi Aéreo para prestar serviços ao governo do Rio por R$ 3,4 milhões. O acordo foi renovado em 2013 e 2014, chegando a cerca de R$ 10 milhões.

De acordo com o MPF, enquanto era secretário da Casa Civil, Fichtner concedeu benefícios fiscais para clientes da banca – de R$ 683,8 milhões para a Thyssenkrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico e de R$ 583,1 milhões para a White Martins Gases.

O Andrade & Fichtner também recebeu, conforme o MPF, pagamentos da Masan Serviços Especializados — que tem como sócio Marco Antônio de Luca, preso acusado de pagar propina a Cabral — e da Prol Soluções, de Arthur Soares, investigado pelo suposto repasse de desvios para que o Rio recebesse as Olimpíadas de 2016. A banca ainda obteve R$ 20,7 milhões de empresas de Eike Batista entre 2009 e 2016, destacaram os procuradores.

E mais: os integrantes do MPF alegam que Fichtner autorizou que a Telemar Norte-Leste, representada pelo escritório de Adriana Ancelmo, mulher de Cabral, compensasse precatórios no valor de R$ 74,8 milhões à empresa Telemar Norte-Leste.

Marcelo Bretas determinou, a pedido do MPF, que a Ordem dos Advogados do Brasil informe o vínculo do ex-secretário da Casa Civil com o Andrade & Fichtner de 2003 a 2014.

Outros alvos
A ação também tem como alvo os engenheiros Maciste Granha de Mello Filho e Henrique Alberto Santos Ribeiro, acusados de favorecimento no esquema de propina de Cabral.

O ex-dono da Delta Engenharia Fernando Cavendish, que cumpre prisão domiciliar, é alvo de condução coercitiva. O empresário Alexandre Accioly, dono da rede de academias Body Tech, também foi intimado a depor. Com informações da Agência Brasil.

*Texto alterado às 12h26 do dia 23/11/2017 para acréscimo de informações.

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