Crime eleitoral

Ex-governadores do Rio de Janeiro, casal Garotinho é preso

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22 de novembro de 2017, 10h43

Os ex-governadores do Rio de Janeiro Anthony Garotinho e Rosinha Matheus foram presos preventivamente nesta quarta-feira (22/11) em operação que apura crimes de corrupção, concussão, participação em organização criminosa e falsidade na prestação das contas eleitorais.

De acordo com a Polícia Federal, as investigações apontam que a JBS firmou contrato fraudulento com uma empresa de Macaé (RJ) para prestação de serviços de informática. O contrato de cerca de R$ 3 milhões, segundo os investigadores, servia apenas para o repasse irregular de valores para campanhas eleitorais.

A Polícia Federal afirma também que empresários confirmaram que o ex-governador cobrava propina nas licitações da prefeitura de Campos, exigindo o pagamento para que os contratos fossem honrados pelo poder público daquele município.

Ao todo estão sendo cumpridos nove mandados de prisão e dez mandados de busca e apreensão nas cidades de Campos dos Goytacazes (RJ), Rio de Janeiro e São Paulo. As medidas foram autorizadas pelo juiz Glaucenir de Oliveira, titular da 98ª Zona Eleitoral de Campos dos Goytacazes.

Vítima de perseguição
Em nota publicada em seu blog, Garotinho atribui a sua prisão e a de sua mulher, a ex-governadora Rosinha Garotinho, a uma perseguição que, explica, vem sendo vítima desde que denunciou o esquema do ex-governador Sérgio Cabral na Assembleia Legislativa do Rio.

Com o título “Querem Calar o Garotinho mais uma vez”, a nota destaca que quem assinou o pedido de prisão foi o juiz Glaucenir de Oliveira, “o mesmo que decretou a primeira prisão de Garotinho no ano passado, logo após ele ter denunciado [o desembargador] Luiz Zveiter à Procuradoria Geral da República”.

Garotinho sustenta, ainda, que “nem ele nem nenhum dos acusados cometeu crime” e, conforme disse  em um programa, foi alertado por um agente penitenciário a respeito de uma reunião entre Sergio Cabral e o deputado estadual Jorge Picciani, presidente da Assembléia Legislativa do Rio, durante a primeira prisão do parlamentar, semana passada, no presídio de Benfica. “Na ocasião, o presidente da Alerj [Picciani] teria afirmado que iria dar um tiro na cara do Garotinho”, diz a nota.

Ela ressalta que a ordem de prisão dada pelo juiz Glaucenir é para que Garotinho vá com a esposa, Rosinha, para o presídio de Benfica, “justamente onde estão os presos da 'lava jato'”. Com informações da Assessoria de Imprensa da Polícia Federal e da Agência Brasil.

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