Dinheiro recuperado

R$ 250 milhões de esquema liderado por Cabral pagarão 13º de aposentados do RJ

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21 de março de 2017, 11h00

O 13º salário de 2016 de 57% dos aposentados e pensionistas do estado do Rio de Janeiro será pago nesta terça-feira (21/3), com R$ 250 milhões recuperados do esquema de desvio de recursos liderado, segundo o Ministério Público Federal, pelo ex-governador Sérgio Cabral (PMDB). O valor será suficiente para pagar cerca de 146 mil aposentados e pensionistas do estado, todos com vencimento de até R$ 3,2 mil mensais.

Valter Campanato - Arquivo/Agência Brasil
Sérgio Cabral é acusado de comandar esquema milionário de desvio de recursos de obras públicas no Rio de Janeiro
Valter Campanato – Arquivo/Agência Brasil

O dinheiro será devolvido ao estado do RJ pelo Ministério Público Federal e pela Justiça Federal às 15h desta terça, em cerimônia na sede do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, no Centro da capital fluminense.

Estarão presentes no evento o procurador-geral da República, Rodrigo Janot; o presidente do TRF-2, desembargador federal Poul Erik Dyrlund; o coordenador da força-tarefa da “lava jato” no Rio de Janeiro, Leonardo Cardoso de Freitas; e o procurador-geral do Estado do Rio de Janeiro, Leonardo Espíndola.

Um acordo de colaboração premiada firmado pelo Ministério Público Federal com dois dos investigados permitiu a repatriação de US$ 85.383.233,61 provenientes das contas Winchester Development, Prosperity Fund SPC Obo Globum, Andrews Development, Bendigo Enterprises Limited e Fundo FreeFly, valor que será agora devolvido aos cofres do estado. As investigações revelaram até o momento que mais de R$ 300 milhões foram movimentados no exterior pela organização criminosa.

Desvio de dinheiro
Sérgio Cabral foi preso preventivamente em 17 de novembro. O político foi alvo de dois mandados de prisão preventiva, um expedido pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro, e outro pelo juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba.

A ação em conjunto no Rio e em Curitiba tinha como objetivo aprofundar investigações sobre um esquema que envolvia o pagamento de propinas para a execução de obras públicas no estado, como a reforma do Maracanã e a construção do Arco Metropolitano, e posterior ocultação desses valores.

Segundo o MPF, a organização criminosa envolve dirigentes de empreiteiras e políticos de alto escalação do governo do Rio de Janeiro. Cabral seria o líder do esquema. O prejuízo estimado é superior a R$ 220 milhões.

Duas semanas depois, Adriana Ancelmo também foi encarcerada provisoriamente. Sua prisão preventiva baseou-se na suspeita de que ela tenha usado seu escritório de advocacia para lavar dinheiro repassado por empresas que conseguiram isenção fiscal junto ao Executivo fluminense durante a gestão do peemedebista. Isso fez com que a seccional do Rio de Janeiro da Ordem dos Advogados do Brasil suspendesse por 90 dias o registro profissional dela. Cabral já foi denunciado seis vezes pelo MPF. Ele já é réu em quatro ações penais. Com informações da Assessoria de Imprensa do MPF.

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