Desigualdade de gênero

Advogadas do RJ recebem 25% menos que homens e têm ascensão mais lenta

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8 de março de 2017, 11h52

Embora sejam praticamente metade (49,4%) da advocacia do Rio de Janeiro, as advogadas mulheres do estado ganham 25% menos que os homens, levam mais tempo para subir na carreira, são minoria entre advogados que empregam outros colegas e ainda sofrem variados tipos de assédio. O levantamento é da Caixa de Assistência de Advogados do RJ (Caarj), com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.

De 2010 para cá, as mulheres passaram a ocupar mais espaço. Houve um crescimento de 66,6% do número de advogadas neste período, contra 32,4% dos homens. As mulheres também são maioria em quase todas as faixas etárias: o número de advogados homens só supera o de mulheres na faixa etária de 60 anos para cima.

O levantamento feito pela Caarj mostra que as mulheres são a maioria entre os advogados que não exercem a profissão e minoria nas instituições que representam a advocacia. Atualmente, das 63 subseções da OAB no estado do Rio, apenas nove têm mulheres na presidência, o que representa apenas 14,3% do total.

Segundo Naide Marinho, secretária-geral da Caarj e coordenadora do levantamento, entre os principais pontos de reclamação de advogadas estão a garantia de equipamentos e prioridade para as gestantes nos fóruns, conseguir melhorias na formação, melhorias no serviço policial especializado para o enfrentamento de violência contra as mulheres, a dupla jornada profissional e doméstica, a falta de apoio do Judiciário por não entender o acúmulo de atividades das mulheres e as questões salariais e de crescimento profissional.

Campanha
Para equilibrar os números em relação aos homens, afirmar os direitos das mulheres e alertar contra o assédio, a Caarj vai lançar, junto com o Movimento da Mulher Advogada, a campanha "Advocacia: Profissão de Mulher". "Queremos conscientizar sobre o assédio moral, sexual e financeiro que as mulheres advogadas sofrem", diz Naide.

"A situação da advogada não é diferente das outras carreiras. A mulher é menos valorizada e sofre assédio. O fato da advogada ser autônoma ainda prejudica a licença maternidade. Muitas mulheres advogadas voltam a trabalhar um ou dois meses depois de terem seus filhos e não é incomum ver advogadas amamentando nos fóruns", explica.

Clique aqui para ler a íntegra do levantamento.

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