Direito de defesa

PF poderá fazer perguntas a Temer sobre gravação de Joesley Batista

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31 de maio de 2017, 19h26

A Polícia Federal poderá fazer qualquer pergunta que quiser ao presidente Michel Temer (PMDB), e ele poderá responder ou não, sem que isso seja uma admissão de culpa. Essa é a decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, ao pedido do presidente para que seu depoimento à PF fosse adiado ou que não se fizesse nenhuma pergunta relacionada ao áudio captado pelo empresário Joesley Batista, da JBS.

Marcos Corrêa
Presidente Michel Temer queria que depoimento fosse adiado, pois alega que o áudio de Joesley foi manipulado. Marcos Côrrea

Na decisão, Fachin afirma que acolhe em partes o pedido de Temer. Mas o sabor para o presidente é de derrota, já que a Polícia Federal poderá fazer as perguntas que quiser. Na verdade, o ministro apenas reforçou na decisão um direito que qualquer pessoa tem ao responder a um inquérito: permanecer em silêncio sem que isso prejudique sua defesa ou seja admissão de culpa.

“Dessa forma, ainda que não haja nos autos laudo pericial oficial atestando a higidez da gravação apresentada, poderá o requerente — seria desnecessário qualquer pronunciamento judicial nesse sentido — recusar-se a responder eventuais indagações que digam respeito ao diálogo em comento, sem que isso possa ser interpretado como aceitação de responsabilidade penal”, afirmou o ministro Fachin.

Temer alega que o áudio de sua conversa com Joesley foi manipulado. Por isso, pedia que o depoimento fosse adiado até a conclusão da perícia ou que a PF não fizesse nenhuma pergunta relacionada à conversa.

O presidente é acusado, em delação premiada homologada pelo STF, de incentivar o pagamento de R$ 500 mil ao ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para que não fizesse acordo de delação. A Procuradoria-Geral da República investigará crime de corrupção passiva e obstrução a investigações.

Clique aqui para ler a decisão.

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