Trato feito

Advogados pedem para STF derrubar acordo "light" de delatores da JBS

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22 de maio de 2017, 22h07

Perdão judicial, multa parcelada em dez anos, vida luxuosa em Nova York. Os benefícios prometidos a delatores do Grupo J&F, dono do frigorífico JBS, foram questionados no Supremo Tribunal Federal pelo Instituto Brasileiro de Direito de Defesa (Ibradd), com sede em São Paulo.

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Para advogados, acordo assinado por donos e executivos do Grupo J&F foi "light e excepcionalmente favorável" a delatores.
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A entidade quer derrubar efeitos de acordo firmado entre Wesley e Joesley Batista e o Ministério Público Federal, já homologados pelo ministro Luiz Edson Fachin. A intenção é que o STF autorize a continuidade de processos contra os empresários, possibilite novas denúncias e, se julgar necessário, decrete a prisão temporária e preventiva da dupla.

A peça, assinada pelo advogado Ricardo Sayeg e outros quatro autores, afirma que os colaboradores cometeram uma série de crimes envolvendo autoridades do país nos últimos anos, mas resolveram a situação com um “acordo light e excepcionalmente favorável, mercê de uma inusual benevolência e generosidade” do MPF. 

O Ibradd diz que os irmãos Batista poderão morar em “um dos endereços residenciais mais caros e luxuosos do mundo” sem nem sequer pagar multa de R$ 11,1 bilhões cobrada em acordo de leniência, ainda em negociação. Para o instituto, não houve na negociação “qualquer controle externo, apesar do enorme interesse público que indiscutivelmente encontra-se presente”.

A delação acusa o presidente Michel Temer (PMDB) de incentivar o pagamento de R$ 500 mil ao ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para que não revelasse informações à operação “lava jato”. Joesley Batista reuniu-se com o presidente no Palácio do Jaburu numa noite de março, sem se identificar na entrada, e gravou a conversa. 

Clique aqui para ler a petição.

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