Falta de paridade

Imprensa recebeu depoimentos de marqueteiros antes da defesa, diz Dilma

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11 de maio de 2017, 18h38

O ministro Edson Fachin, relator da “lava jato” no Supremo Tribunal Federal, levantou nesta quinta-feira (11/5) o sigilo do conteúdo da delação premiada do marqueteiro da ex-presidente Dilma Rousseff, João Santana Filho, e sua mulher e sócia, Mônica Moura. A imprensa já teve acesso à transcrição do depoimento e os termos do acordo firmado por eles com a Procuradoria-Geral da República. Mas a própria defesa de Dilma ainda não conseguiu ler o material.

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Em nota, Dilma reclama de que jornalistas receberam depoimentos de João Santana e Mônica Moura antes de seus advogados.

Em nota divulgada nesta quinta, a petista reclama de que os jornalistas já sabem o que os dois disseram, mas a defesa dela não teve acesso “oficialmente” aos depoimentos. “Agora mesmo, os depoimentos são entregues à imprensa, mas não repassados oficialmente à defesa da presidente eleita.” A nota diz ainda que o fim do sigilo “chegou tarde” e prejudicou a defesa no Tribunal Superior Eleitoral.

A história se repete. Quando Fachin liberou em abril os depoimentos dos executivos da construtora Odebrecht à operação, jornalistas de todo o país receberam os HDs com horas e horas de gravações e folhas de transcrições. As defesas dos citados nas delações, entretanto, tiveram que esperar autorização do tribunal para ter acesso ao material. Alguns advogados chegaram a pedir a jornalistas que pesquisassem informações sobre seus clientes.

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