PGR pede abertura de inquérito contra Marconi Perillo baseado apenas em delação
14 de junho de 2017, 19h52
A Procuradoria-Geral da República pediu ao Superior Tribunal de Justiça, nesta quarta-feira (14/6), a abertura de um inquérito para investigar o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Para a defesa do chefe do Executivo goiano, "causa perplexidade" o fato de o pedido se basear "somente nas palavras de um delator".
O advogado de Perillo, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, critica o Ministério Público e sustenta que o Supremo Tribunal Federal já decidiu que delação premiada não serve, por si só, como prova. Além disso, ele lamenta o procedimento usado pela PGR, que não convocou o governador para prestar depoimento nem abriu uma sindicância antes de entrar com a ação.
O pedido, assinado pelo vice-procurador-geral da República José Bonifácio Andrada, teria se baseado exclusivamente em relatos de executivos da Odebrecht, que firmaram um acordo de colaboração premiada com a Justiça e acusaram diversos políticos de participar de esquemas para beneficiar a empreiteira em contratos com o Estado.
Este inquérito, no entanto, não tem vínculo com supostos desvios na Petrobras e, por isso, o caso não foi entregue ao relator da “lava jato” no STJ, ministro Luis Felipe Salomão. Por sorteio, o ministro Benedito Gonçalves foi escolhido como relator e caberá a ele autorizar ou não a abertura do inquérito, além de decidir sobre outras diligências solicitadas pela PGR.
Por meio de nota, Kakay ressaltou ainda que Perillo não tem “nenhuma preocupação” com o que delatores disseram sobre ele. “Conforme já demonstrado pela defesa e pela imprensa, há uma série de incongruências e incoerências nos depoimentos dos ex-executivos da Odebrecht”, garante.
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