Suspeita de desvios

PF investiga crimes eleitorais na campanha de Haddad à Prefeitura de SP

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1 de junho de 2017, 12h55

A Polícia Federal cumpriu, na manhã desta quinta-feira (1/6), nove mandados de busca e apreensão para apurar crimes eleitorais e lavagem de dinheiro na campanha de 2012 de Fernando Haddad (PT) para a prefeitura da cidade de São Paulo, da qual ele saiu vencedor. As ordens foram expedidas pela 1ª Zona Eleitoral de São Paulo.

Rovena Rosa/ Agência Brasil
De acordo com delatores, campanha de Haddad recebeu recursos ilícitos da UTC
Rovena Rosa/ Agência Brasil

A investigação, segundo a PF, é um desdobramento da operação “lava jato”, e teve início em novembro de 2015 com a decisão do Supremo Tribunal Federal de desmembrar a colaboração premiada de executivos da empreiteira UTC. O dono da empresa, Ricardo Pessoa, disse que pagou contas da campanha de Haddad com recursos desviados da Petrobras.

“O inquérito apura o pagamento, pela empreiteira, de dívidas de uma das chapas da campanha de 2012 à prefeitura municipal de São Paulo, referentes a serviços gráficos no valor de R$ 2,6 milhões. A gráfica pertencia a familiares de um ex-deputado estadual”, diz nota da PF, referindo-se a ex-parlamentar Francisco Carlos de Souza.

De acordo com a investigação, “a dívida teria sido paga por meio de um doleiro, em transferências bancárias e dinheiro vivo, para empresas”, com base em depoimento de três delatores da “lava jato”.

“Uma empresa mencionada na delação aparece como fornecedora de serviços, com valores informados de R$ 354.450,00. Somente consta na prestação de contas ao TSE [Tribunal Superior Eleitoral] outra prestação de serviços gráficos de R$ 252.900,00, valores bem inferiores à soma de R$ 2.600.000,00, que teria sido paga pela empreiteira UTC a gráficas”, alega a PF na nota.

Voz da defesa
À época da delação de Pessoa, Fernando Haddad e o PT negaram as acusações, conforme aponta o jornal Folha de S.Paulo. Segundo o partido, "todas as operações financeiras do PT foram realizadas estritamente dentro dos parâmetros legais e posteriormente declaradas à Justiça Eleitoral".

Além disso, Haddad afirmou que a única despesa relacionada à gráfica de Francisco Carlos de Souza teve o valor de R$ 354 mil e foi paga ainda durante as eleições. Com informações da Agência Brasil.

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