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Brasil responderá por 35% dos novos desempregados do mundo em 2017, diz OIT

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16 de janeiro de 2017, 9h49

A Organização Internacional do Trabalho prevê que o mundo terá uma taxa de desemprego de 5,8% em 2017 — leve aumento frente aos 5,7% do ano passado. Serão 3,4 milhões de novos desempregados este ano globalmente — e o Brasil responderá por 35% deles, segundo levantamento. A previsão da OIT é que o Brasil tenha 1,2 milhão de novos desempregados em 2017, o equivalente à taxa de desemprego de 12,4% (frente a 11,5% no ano passado), uma das maiores entre as economias do G20, que reúne os países mais ricos do mundo. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o desemprego no país está em 11,9%, índice do trimestre encerrado em novembro de 2016, com 12,1 milhões de pessoas nessa situação.

Para 2018, a tendência é de que a taxa permaneça a mesma, com a adição de 200 mil novos desempregados no mercado de trabalho do país.  Segundo a organização, o desempenho ruim do Brasil terá forte impacto sobre os números da América Latina e Caribe, cujas taxas de desemprego devem ficar em 8,1% e 8,4% este ano e em 2018, respectivamente. 

Na opinião do ministro Emmanoel Pereira, vice-presidente do Tribunal Superior do Trabalho, diante de um cenário em que figuram milhões de desempregados, vítimas da crise política e econômica que atinge o país, impõe-se, cada vez mais, a defesa dos direitos essenciais dos trabalhadores e das condições de desenvolvimento das relações empresariais, não desprezando a evolução do trabalho e os paradigmas constitucionais.  “A nossa responsabilidade cresce na mesma proporção em que se agrava o contexto de desemprego e de aumento da tensão e de conflitos entre empregados e empregadores. Tal agravamento, entretanto, representa um desafio para que a Justiça do Trabalho possa demonstrar para a sociedade, de forma ainda mais veemente, a sua importância na pacificação e aperfeiçoamento das relações laborais”, disse.

A OIT afirma que o aumento do desemprego este ano no mundo será impulsionado pela deterioração das condições do mercado de trabalho nos países emergentes, como efeito das profundas recessões nesses países em 2016.  O número de desempregados nos países emergentes deve aumentar em aproximadamente 3,6 milhões entre 2016 e 2017, com uma taxa de desemprego que deve subir a 5,7%, comparada a 5,6% no ano passado.  Ao mesmo tempo, o desemprego deve cair este ano nos países desenvolvidos (em 670 mil), derrubando a taxa para 6,2% (ante 6,3% em 2016). Na Europa, o desemprego deve continuar caindo, mas o ritmo de melhora irá desacelerar.

Tamanho desemprego aumenta o risco de agitação social e descontentamento em praticamente todas as regiões do mundo, diz a OIT. Calculado pela organização a partir de informações sobre protestos como manifestações de rua, bloqueios de vias, boicotes e rebeliões, o chamado Índice de Agitação Social reflete a insatisfação da população com fatores como mercado de trabalho, condições de vida e processos democráticos. No Brasil, o índice avançou 5.5 pontos em 2016, enquanto o aumento global foi de 0.7 ponto. Com informações da Assessoria de Imprensa da OIT.

Clique aqui para ler a íntegra do levantamento (em inglês).

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