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Quatro morrem em cadeia que abriga presos transferidos em Manaus

8 de janeiro de 2017, 14h33

Por Redação ConJur

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Pelo menos quatro detentos morreram em uma rebelião na Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa, no centro de Manaus, na madrugada deste domingo (8/1). Dos quatro mortos, três foram decapitados e um morreu por asfixia. Somada aos os massacres ocorridos em presídios de ManausBoa Vista e Patos (PB), já são pelo menos 98 detentos mortos neste início de 2017.

A cadeia pública Vidal Pessoa estava desativada desde outubro de 2016 após recomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), mas cerca de 280 detentos foram transferidos para o presídio após a chacina no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), ocorrida no dia 1° e que resultou na morte de pelo menos 56 presos — outros três mortos foram encontrados na mata ao lado da penitenciária.

Segundo o Comitê de Gerenciamento de Crise, o motivo da rebelião ainda é desconhecido. A situação no local já está controlada, de acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária do Amazonas.

Na sexta, os detentos haviam provocado tumulto no local, protestando por mais espaço e melhores condições de infraestrutura. O secretário de Segurança Pública do Amazonas, Sérgio Fontes, disse na sexta-feira que os detentos devem permanecer na cadeia pública, que está em obras, por cerca de três meses. O policiamento no local já havia sido reforçado e as visitas na unidade estavam suspensas.

Novo pedido
O governo de Roraima, onde 33 presos foram mortos em Boa Vista, vai refazer o pedido de envio da Força Nacional para o estado. O documento deve ser protocolado nesta segunda.

No ano passado, em novembro, após a morte de dez detentos na Penitenciária Agrícola Monte Cristo, o estado chegou a pedir ajuda federal, mas teve o requerimento negado pelo Ministério da Justiça.

Uma vistoria encontrou mais dois corpos enterrados no presídio, aumentando para 33 o número de mortos. Até o momento, segundo a Secretaria de Comunicação do governo estadual, 28 corpos foram identificados e 17 liberados para as famílias.