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Reunião entre Janot e Fachin ignora defesa, diz Técio Lins e Silva

4 de fevereiro de 2017, 17h56

Por Redação ConJur

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Uma das primeiras atitudes do ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin após ser sorteado como relator da operação "lava jato" foi reunir-se com o procurador-geral da República Rodrigo Janot nesta sexta-feira (3/2). O assunto em pauta, segundo noticiou a imprensa neste sábado (4/2), era a própria operação. 

A atitude pode ter agradado quem cobra celeridade dos processos envolvendo políticos acusados de corrupção, mas incomodou quem defende a paridade de armas entre o Ministério Público e a advocacia. O criminalista Técio Lins e Silva, presidente do Instituto dos Advogados do Brasil, afirma que a atitude ignorou o direito de defesa.

O advogado afirma que a divulgação de tal reunião, a princípio pode parecer propaganda, mas atinge a imagem de Fachin. "O PGR é parte e não pode discutir investigações como o juiz da causa. Essa atitude pouco republicana acaba deixando mal o ministro."

Técio, conhecido por sua habilidade como orador na tribuna finaliza: "Espero que o ministro se manifeste para frear essa volúpia acusatória do Ministério Público. Basta de parcialidades. O Supremo não é lugar para o desrespeito às regras sagradas do contraditório e do processo penal democrático. A assessoria de imprensa da PGR deveria saber disso em vez de divulgar notícias que colocam o ministro sob suspeita".