Pedido de arquivamento

Para PF, suspeitas de Janot sobre ligação entre STF e JBS são infundadas

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16 de dezembro de 2017, 10h24

A Polícia Federal sugeriu que o Supremo Tribunal Federal arquive inquérito aberto para apurar citações de ministros da corte em gravações de conversas entre executivos da J&F, controladora do frigorifico JBS. O relatório final, ainda não divulgado, não vê referências a irregularidades na conversa, de acordo com o jornal O Globo.

O documento foi entregue nesta sexta-feira (15/12) pelo diretor-geral da PF, Fernando Segovia, à presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia. Cabe a ela definir se o inquérito será arquivado.

Em setembro, quando ainda era procurador-geral da República, Rodrigo Janot convocou jornalistas para anunciar “fatos gravíssimos”, envolvendo inclusive “agentes do Supremo Tribunal Federal”, e disse que pediria para o STF rever benefícios concedidos aos delatores Joesley e Wesley Batista, pois tudo indicava quebra de confiança.

Como relatou a ConJur, as provas implicavam mais o próprio Janot do que o STF: em conversa gravada, Joesley e o lobista Ricardo Saud citam interesse em conseguir informações de ministros, mas também conversavam sobre como usar o ex-procurador da República Marcelo Miller para convencer o então PGR a aceitar a proposta de delação que eles pretendiam fazer.

“Nós dois temos que operar o Marcelo direitinho pra chegar no Janot”, diz Joesley, em um momento. Em outro trecho, depois de falar de conversas que teve com Miller, ainda como procurador, afirma: “Nós somos joia da coroa deles. O Marcelo já descobriu e já falou com o Janot: ‘Ô Janot, nós temos o pessoal que vai dar todas as provas que nós precisamos’. E ele já entendeu isso”.

A gravação deixa claro que já estava tudo pronto para a delação, mas que Joesley decidiu, após consultar Miller, esperar mais para entregar o material.

A investigação foi aberta a pedido da presidente do Supremo. Cármen Lúcia afirmou, também em setembro, que a medida era necessária para não restar “qualquer sobra de dúvida sobre a dignidade do STF”.

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