"Criminalização da política"

Janot denuncia Romero Jucá na zelotes; defesa nega irregularidades

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21 de agosto de 2017, 18h14

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou o senador Romero Jucá (PMDB-RR) ao Supremo Tribunal Federal nesta segunda-feira (21/8), com base em inquérito da operação zelotes.

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Romero Jucá é acusado de favorecimento ao Grupo Gerdau na edição de MP.
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No ano passado, o ministro do STF Ricardo Lewandowski autorizou que Jucá e os deputados Alfredo Kaefer (PSL-PR) e Jorge Côrte Real (PTB-PE) fossem investigados por suposto favorecimento ao Grupo Gerdau na edição de uma medida provisória em troca de doações eleitorais. O processo está sob segredo de Justiça.

O advogado de Jucá, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirma que recebeu “com muita tranquilidade” a denúncia, pois garante que não há nada que pese contra o senador. Para Kakay, a acusação faz parte de um processo de criminalização da política. “É o desespero do Janot, que disse que enquanto tivesse bambu ele mandaria flechas, ainda que flechas completamente infundadas e arbitrárias”, argumenta.

Ele explica que Jucá reuniu-se com integrantes do Grupo Gerdau de maneira legítima e dentro da lei. “Ele, como líder do governo e senador que mais entende de economia, recebeu empresários que representam um setor. Assim como recebeu representantes de todos os setores, o que é obrigação de um parlamentar”, alega.

Kakay critica ainda o fato de ter ficado sabendo da denúncia pela imprensa. “Infelizmente, ainda não tive acesso. Como sempre, soubemos pelos veículos de comunicação. Mas é um inquérito impressionantemente tranquilo, não dá nem para entender como tornou-se uma denúncia”, garante.

A zelotes apura, entre outras irregularidades, possíveis fraudes no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). Lewandowski é o relator da zelotes no STF e deve encaminhar a análise do recebimento desta denúncia para a 2ª Turma da corte.

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