"Lava jato"

Cândido Vaccarezza é preso acusado de receber US$ 500 mil em propina

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18 de agosto de 2017, 9h08

Acusado de receber cerca de US$ 500 mil em propina, o ex-líder dos governos Lula e Dilma na Câmara dos Deputados Cândido Vaccarezza, que deixou o PT e agora é filiado ao PTdoB, foi preso temporariamente nesta sexta-feira (18/8) durante mais uma fase da operação "lava jato", que investiga um esquema de corrupção na Petrobras.

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Cândido Vaccarezza é acusado de receber US$ 500 mil em propina.

De acordo com o Ministério Público Federal, provas colhidas durante as fases anteriores da "lava jato", apontam que Vaccarezza utilizou a influência decorrente do cargo em favor da contratação da Sargeant Marine pela Petrobras, que firmou doze contratos para fornecimento de asfalto entre 2010 e 2013, no valor de aproximadamente US$ 180 milhões.

A investigação desses contratos teve início com a delação premiada de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da petrolífera. As evidências, segundo os investigadores, indicam que cerca de U$ 500 mil pagos em propina ao Partido dos Trabalhadores, foram destinados a Vaccarezza.

Segundo o Ministério Público Federal, o próprio Paulo Roberto Costa e outros dois gerentes também teriam recebido pagamento de vantagens indevidas. Além da prisão de Vaccarezza, a Justiça Federal federal também decretou a prisão temporária de outros dois gerentes da Petrobras e de um representante da Sargeant Marine no Brasil.

Contratos facilitados
Também nesta sexta-feira acontece simultaneamente outra fase da operação "lava jato". Nela, o foco é a contratação de armadores gregos para o fretamento de navios, tendo como contrapartida o pagamento de vantagens indevidas aos envolvidos.

Assim como na outra fase, a investigação teve início com a delação premiada de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras. Com base nas provas colhidas, os investigadores concluíram que Costa ajustou com o cônsul honorário da Grécia no Brasil, Konstantinos Kotronakis, um esquema de facilitação de contratação de navios gregos, mediante o fornecimento de informações privilegiadas e o pagamento de propinas.

De acordo com os investigadores, entre 2008 e 2010 o esquema era efetivado por meio do operador Henry Hoyer de Carvalho, que chegou a ser preso em maio de 2015, mas depois foi solto após um Habeas Corpus. A partir de 2010, segundo o MPF, o esquema era efetivado por uma empresa pertencente a Georgios Kotronakis, filho de Konstantinos.

Cinco empresas ligadas a Kotronakis, de acordo com o MPF, foram contratadas pela Petrobras entre 2009 a 2013. Os investigadores afirmam que o valor desses contratos superam US$ 500 milhões e, ao menos 2% desses valores era destinado ao pagamento de propina. Com informações da Assessoria de Imprensa do MPF.

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