Luto na advocacia

Morre aos 83 anos o criminalista Areobaldo Oliveira Lima Filho

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8 de agosto de 2017, 12h23

Morreu na madrugada desta terça-feira (8/8), aos 83 anos, o criminalista Areobaldo Espínola de Oliveira Lima Filho, fundador do escritório que deu origem ao Oliveira Lima, Hungria, Dall’Acqua & Furrier Advogados, hoje comandado por seu filho José Luis Oliveira Lima. 

A morte decorreu de um câncer agravado por falência múltipla dos órgãos. O velório acontece até às 15h no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

Areobaldo Oliveira Lima (foto) fundou a banca com o propósito pioneiro de atender demandas criminais de empresas e instituições financeiras. Ele integrou a primeira turma da Faculdade de Direito da Universidade Mackenzie, e era dos últimos ex-alunos vivos.

O advogado foi um dos signatários da “Carta aos Brasileiros”, um corajoso manifesto contra a ditadura militar, revelando seu espírito combativo não apenas na advocacia, mas também na construção de um Estado Democrático de Direito para o Brasil.

O advogado Luis Francisco Carvalho destacou as qualidades de Areobaldo Oliveira Lima. "Eu o conheci recém-formado, sempre tive uma admiração muito grande. Sempre fez um advocacia caseira, artesanal, e sempre foi considerado muito competente".

Outra qualidade destacada por quem conviveu com Areobaldo Oliveira Lima é a sua serenidade. O colunista da ConJur e tributarista Raul Haidar conta que esta era uma qualidade que ele tinha, e que era rara de encontrar em outros colegas. "Era um cara equilibrado, absolutamente sereno e que não levantava a voz para ninguém", disse.

Irmão do advogado, o desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de São Paulo Rubens Oliveira Lima conta que a advocacia sempre foi um sonho de Areobaldo. "Desde sempre quis ser advogado e nada mais. E foi um advogado liberal, sem vinculo empregatício, que gostava de postular, de requerer".

Aloisio Lacerda Medeiros, ex-presidente da Associação dos Advogados de São Paulo (Aasp) e ex-secretário-geral da OAB de São Paulo, lembra com saudade da inveja que tinha da amizade da turma de advogados que Areobaldo integrava.

Eles sentavam na primeira mesa à esquerda do restaurante Itamarati, do outro lado Largo São Francisco, no Centro de São Paulo. "Era uma turma famosa, de advogados históricos, fantásticos. Sempre nos espelhávamos neles: Cássio Costa Carvalho, Gil Costa Carvalho, Domingos Marmo, o grande Waldir Troncoso Peres, Thomaz Lauria e tantos outros. Era uma mesa alegre, bacana, invejável aquela amizade. Hoje essa mesa continua lá, com um único ocupante, que é o Gil Costa Carvalho. Lembro com muita saudade de tudo isso".

O advogado Roberto Pagliuso, que foi sócio de Areobaldo e com quem atuou em processos representandos grandes bancos, se lembra da maneira meticulosa do colega trabalhar. "Era a secretária datilografando e ele corrigindo minunciosamente, detalhe por detalhe. Essa é uma característica marcante: o cuidado na elaboração da peça. Ele era bem centralizador nesse ponto."

*Notícia atualizada às 14h13 do dia 8/8 para acréscimos.

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