Pesquisa em livro

Advogadas têm mais chances de sucesso em bancas de médio ou grande porte

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9 de setembro de 2016, 9h39

Escritórios pequenos, que seguem o modelo tradicional de advocacia familiar, tendem a usar o trabalho das advogadas em posições de associadas, dificultando o avanço delas na carreira como sócias. Já bancas de médio ou grande porte oferecem mais oportunidades por se espelharem em um modelo global. Essa foi a conclusão de uma pesquisa sobre a advocacia paulista e que integra o livro Profissões Republicanas: Experiências brasileiras no profissionalismo.

Organizado pela professora de Sociologia da Universidade Federal de São Carlos Maria da Glória Bonelli e pelo aluno Wellington Luiz Siqueira, o livro mostra as transformações pelas quais passaram algumas profissões, como a medicina e a advocacia, desde o período imperial até os dias atuais.

Sobre a advocacia, os autores analisaram 198 bancas de São Paulo, todas filiadas ao Centro de Estudo das Sociedades de Advogados (Cesa) e divididas em pequenas (até nove advogados), médias (de 10 a 50 advogados) e grandes (mais de 50 advogados).

As informações foram coletadas nos sites dos escritórios, contabilizando quantos eram sócios ou associados e quantos homens e mulheres lá trabalham. No total, somou-se 3.321 profissionais (884 sócios e 2.457 associados). Entrevistas qualitativas também foram feitas.

Departamentos jurídicos
Ainda de acordo com a pesquisa, seguindo uma tendência internacional, departamentos jurídicos são cada vez mais valorizados, possibilitando aos diretores jurídicos o acúmulo de prestígio e autonomia. Ao mesmo tempo, há um recente movimento de interiorização de advogados por grandes empresas que atuam no país, incorporados às equipes de profissionais corporativos. Para a coleta desses dados, foram entrevistados diretores e ex-diretores de empresas privadas, somando informações de 800 executivos jurídicos.

Constam também capítulos que analisam os médicos e a interiorização da profissão, o jornalismo e sua feminização, as diferenças raciais e de gênero nas carreiras jurídicas, bem como a figura de especialista em assuntos amorosos e o gerenciamento das emoções.

A obra será lançada no dia 12 de setembro, em São Paulo, na Livraria da Vila do Shopping Pátio Higienópolis, e comemora os 20 anos do grupo de pesquisa Sociologia das Profissões, iniciada em 1994, no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de São Carlos.

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