Reposição salarial

Servidores da Justiça do Rio de Janeiro começam greve de 24 horas

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19 de outubro de 2016, 16h14

Os servidores do Poder Judiciário do Rio de Janeiro começaram nesta quarta-feira (19/10) paralisação de 24 horas por reajuste salarial. A categoria ameaça entrar em greve por tempo indeterminado, a partir do dia 26 de outubro, caso a pauta de reivindicações não seja atendida. Eles cobram a reposição da inflação, entre outras demandas.

O diretor geral do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Rio de Janeiro (SindJustiça), Ramon Carrera, afirmou que a administração do Tribunal de Justiça não cumpriu o acordo sobre progressão automática na carreira e que a categoria está há dois anos sem reajuste. Segundo o sindicalista, outro problema é a falta de pessoal no quadro, já que quase 260 servidores deixaram o TJ e não houve reposição.

“O servidor do TJ fica cinco, seis anos estagnado na carreira. Já passou mais de um ano desde a última campanha salarial e esse item da progressão automática na carreira não foi cumprido. Além disso, o Tribunal de Justiça precisa enviar ao órgão especial a proposta de reposição da inflação para ser votada e enviada para Alerj [Assembleia Legislativa do Rio]”, disse Carrera.

A seccional fluminense da Ordem dos Advogados do Brasil criticou a greve dos servidores da Justiça Estadual. "A inabilidade na gestão de recursos do Tribunal de Justiça do Rio e a decisão dos funcionários pela paralisação vão ampliar a grave recessão que assola o Estado, aprofundando os prejuízos à tramitação dos processos, à economia e à vida do cidadão", diz nota oficial.

A seccional apontou que, de todos os poderes, os servidores do Judiciário são os únicos a receber em dia, por força de liminar, enquanto diversas outras categorias estão com remuneração parcelada e atrasada, devido à crise financeira no governo estadual. 

"Este ano, a Justiça do Rio ficou quase um mês parada por conta dos Jogos Olímpicos e logo depois veio a greve dos bancários. Com essa greve, o ritmo da Justiça no estado, que já é lenta, vai diminuir ainda mais. Por isso, num primeiro momento, vamos conclamar aos servidores que já repensem a greve neste momento. E, se isso não funcionar, vamos à Justiça", disse Felipe Santa Cruz, presidente da OAB-RJ. 

O diretor do Sindi Justiça rebateu o posicionamento da OAB-RJ, que chamou de “inoportuno e infeliz” e disse que o pagamento em dia do salário é garantido pela Constituição. “Nunca nos furtamos, durante a greve, de fazer mandado de pagamento, soltura de réu preso, dentre outros itens essenciais. A OAB deveria condenar as isenções fiscais que o governo vem realizando desde 2007, de quase R$ 183 bilhões, que é o motivo da falência do estado do Rio de Janeiro”. Com informações da Agência Brasil.

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