Reinserção no trabalho

Em novo projeto, Defensoria Pública do Rio emprega presos do regime semiaberto

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19 de outubro de 2016, 14h10

Um novo projeto da Defensoria Pública do Rio de Janeiro pretende realocar presos do regime semiaberto no mercado de trabalho. A primeira fase de implementação do Novos Rumos começou nessa terça-feira (18/10), com a participação de seis detentos: cinco homens vão trabalhar no Departamento de Engenharia do órgão como auxiliares de serviços gerais, e uma mulher será copeira. No total, serão oferecidas 13 vagas.

Segundo dados do Tribunal de Contas do estado, apenas 2% da população prisional conseguiu um emprego em 2014. Atualmente, o Rio de Janeiro tem 50,7 mil presos, mas o número dos que estão no regime semiaberto e trabalham ainda é muito baixo.

Para Emanuel Queiroz, coordenador de Defesa Criminal, o preconceito não é a única coisa que atrapalha os detentos na hora de conseguir um emprego: calcula-se que 5% da população prisional do estado do Rio de Janeiro não tem registro civil de nascimento. "A maioria da população prisional do estado jamais foi inscrita no Tribunal Regional Eleitoral, ou seja, não tem título de eleitor. Se não tem título de eleitor, por conseguinte, não tem CPF, se não tem CPF não tem carteira de trabalho, então, como é que vai conseguir emprego formal? Tem muita dificuldade, não só do preconceito. Tem dificuldade básica, documental”, disse Queiroz.

O defensor também ressalta que a violência e o sistema só mudarão quando a sociedade e os órgãos públicos interferirem: “Não tem que promover a reinserção, é inserção. É muito mais grave e a gente precisa que as pessoas comecem a perceber esta situação, porque, senão, não vai debelar índices de reincidência, não vai interferir efetivamente na promoção dessas pessoas.” Com informações da Agência Brasil.

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