Namoro às escuras

Corte da Inglaterra anula condenação de mulher que se passou por homem

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15 de outubro de 2016, 8h19

Foi solta nesta semana uma mulher que se passou por homem na Inglaterra para poder fazer sexo com outra. A Corte de Apelação anulou a pena de oito anos de prisão imposta a Gayle Newland, condenada com base na lei que classifica como violência sexual fazer sexo com outra pessoa sem o seu consentimento. Novo julgamento deve ser feito, segundo notícia do jornal The Guardian.

O relacionamento de Gayle e de uma outra mulher, que teve sua identidade preservada, durou dois anos e terminou no dia que a namorada descobriu que o seu príncipe encantado era, na verdade, uma princesa mentirosa. A mulher se disse uma pessoa sozinha e desesperada por encontrar um grande amor. Nessa busca, esbarrou com um homem chamado Kye Fortune no Facebook. Os dois conversaram durante algum tempo e, apaixonados, resolveram se encontrar.

Desde o primeiro encontro, Kye Fortune impôs uma condição. A namorada jamais poderia vê-lo. Nos encontros, deveria sempre estar de olhos vendados. Ele justificou o pedido alegando que tinha sofrido uma cirurgia cerebral e tinha vergonha das cicatrizes e dos danos na sua aparência.

Foram meses de encontros regados a sexo e filmes na casa da namorada. Ela, sempre de venda nos olhos, contou que se contentava em deitar no colo de Kye e apenas escutar os diálogos na televisão.

O romance acabou no dia que a namorada resolveu tirar a venda. Aí ela se deparou com Gayle, com os cabelos presos num chapéu, os seios amarrados com faixa e um pênis de borracha preso na cintura. Gayle tentou se matar depois da descoberta e a namorada procurou a Justiça.

Em setembro de 2015, Gayle foi condenada por um júri formado por uma maioria de mulheres. Mas, para a Corte de Apelação, a condenação não pode ser considerada consistente, já que o júri não teria levado em conta as considerações feitas pelo juiz. Ainda não há data prevista para novo julgamento.

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