Falhas contratuais

Dupla leva Nobel de Economia por "teoria de contratos"

Autor

11 de outubro de 2016, 11h22

O economista britânico Oliver Hart, da Universidade de Harvad, e o finlandês Bengt Holmström, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), foram premiados nesta segunda-feira (10/10) com o Prêmio Nobel de Economia por suas "contribuições à teoria dos contratos".

"As novas ferramentas teóricas criadas por Hart e Holmstroem são valiosas para a compreensão dos contratos e instituições da vida real", disse a Real Academia Sueca, em Estocolmo. "Os contratos são fundamentais e estão em todo o lugar em nossa sociedade", afirmou o chefe do comitê de ciências econômicas do Prêmio Nobel, Per Strömberg. 

Em seus estudos, inciados nos anos 1970, eles conseguiram demonstrar o que hoje parece óbvio: os contratos devem ser devidamente concebidos para assegurar que as partes tomem decisões mutuamente benéficas.

Na teoria desenvolvida, criaram um quadro global para a análise de muitos problemas diferentes em design contratual, como remuneração baseada em desempenho para altos executivos, franquias e a privatização das atividades do setor público.

Em seus estudos, Bengt Holmström demonstrou como deve ser elaborado um contrato para CEO de empresa, pesando cuidadosamente os riscos e os incentivos. Depois, ele levou esse conhecimento para outros contratos, demonstrando quando os funcionários devem ser recompensados não apenas com remuneração, mas também com promoções, entre outros aspectos.

Já nos anos 1980, o britânico Oliver Hart fez contribuições fundamentais ao abordar os contratos incompletos. Ele demonstrou que impossível é prever no contrato todas as eventualidades e apresentou soluções para as falhas contratuais, mostrando que parte do contrato deve ter o direito de tomar decisões e em quais circunstâncias.

De acordo com a Real Academia Sueca, as descobertas sobre os contratos incompletos têm um vasto impacto nos campos da economia, ciência e direito político. "Sua pesquisa nos fornece novas ferramentas teóricas para estudar questões como quais os tipos de empresas devem se fundir, a mistura adequada de empréstimos e de capital, e quando as instituições, como escolas ou prisões deveriam ser públicas ou privadas", diz a Academia.

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!