Entrevista à imprensa

Procurador de Justiça é investigado por chamar opinião pública de "merda"

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29 de março de 2016, 8h47

O procurador de Justiça Rômulo Moreira, do Ministério Público da Bahia, será investigado pelo Conselho Nacional do MP por ter dito em entrevista a uma rádio local que considerava a opinião pública "uma merda". Na ocasião, ele comentava o entendimento difuso da sociedade em relação à condução coercitiva do ex-presidente Lula pela Polícia Federal, no dia 4 de março.

Segundo o procurador, a reclamação deveria ter sido indeferida, pois não há detalhamento da acusação, apenas um áudio anexado com a conversa entre ele e o entrevistador. “Por óbvio, não posso me defender de algo pelo qual não fui acusado formalmente. Coisas dos tempos atuais”, diz.

A Corregedoria do CNMP enviou uma cópia da reclamação à ConJur. No documento é citada a entrevista à rádio e inúmeros comentários feitos nas redes sociais contra o procurador. No documento consta que os fatos podem, "em tese, configurar falta disciplinar". O processo está sob sigilo e não pode ser consultado.

A análise da denúncia já terminou e o resultado, segundo a assessoria de imprensa do CNMP, deverá sair até esta quarta-feira (30/3). Rômulo Moreira explica que seu posicionamento se deu como professor da Faculdade de Direito da Universidade Salvador (Unifacs), onde leciona Direito Processual Penal.

“A entrevista, portanto, não foi dada como representante do Ministério Público, mesmo porque, o meu entendimento acerca do assunto debatido não coincide com o do Ministério Público brasileiro”, disse Moreira. Ele argumenta ainda que usou o termo com a conotação de coisa "insignificante ou irritante, desprezo, repulsão ou desagrado".

“Foi exatamente neste sentido que a expressão foi utilizada, para mostrar que os membros do Ministério Público e os do Poder Judiciário não podem levar em consideração o clamor da opinião pública no momento de proferir as suas manifestações e decisões. Não ofendi a honra de ninguém”, afirma o procurador.

Clique aqui para ler a reclamação.
Processo 0.00.000.000250/2016-15

* Texto atualizado às 9h20 do dia 29/3/2016 para correção.

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