Melhor prevenir

Por cautela, Moro envia ao Supremo lista da Odebrecht com nome de autoridades

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28 de março de 2016, 15h12

O juiz federal Sergio Fernando Moro decidiu enviar ao Supremo Tribunal Federal dois processos ligados à operação “lava jato”, incluindo uma lista que aponta pagamentos da Odebrecht a cerca de 200 políticos de vários partidos. O documento foi apreendido pela Polícia Federal na casa de um executivo da empreiteira e cita repasses para campanhas eleitorais em 2012 e 2014 — “talvez ilícitos”, segundo o juiz.

Moro afirma que nenhum dos investigados diretamente nos autos tem prerrogativa de foro por função. “O ideal seria antes aprofundar as apurações para remeter os processos apenas diante de indícios mais concretos de que esses pagamentos seriam também ilícitos. A cautela recomenda, porém, que a questão seja submetida desde logo ao Egrégio Supremo Tribunal Federal”, declarou em despacho desta segunda-feira (28/3).

A medida foi tomada depois de o juiz ter sido criticado por divulgar gravação de telefonema entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Um dos processos enviados ao STF envolve o marqueteiro João Santana; a mulher dele, Mônica Moura; o engenheiro e lobista Zwi Skornicki; e os ex-gerentes da Petrobras Pedro Barusco e Eduardo Musa. Caberá ao STF decidir se desmembra o caso e envia de volta à primeira instância investigações sobre pessoas sem foro especial, como tem sido praxe na corte.

A lista da Odebrecht chegou a ser divulgada depois da apreensão, até uma ordem de Moro decretar o sigilo. O material inclui os nomes dos senadores Aécio Neves e José Serra (PSDB); do ex-presidente José Sarney, do presidente do Senado, Renan Calheiros, e do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB); além de Paulinho da Força (SDD) e deputados da base governista, como Paulo Teixeira (PT) e Paulo Magalhães (PSD).

Clique aqui para ler o despacho.

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