"Paixões das ruas"

Em carta ao MPF, Janot pede calma, humildade e imparcialidade

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22 de março de 2016, 22h25

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou carta aos integrantes do Ministério Público Federal pedindo que esqueçam vaidades e não se deixem influenciar pelas “paixões das ruas". A informação foi divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo.

Intitulado “União e Serenidade”, o texto do procurador-geral contém críticas a certas atitudes de procuradores. Segundo Janot, os integrantes do MPF devem evitar o "messianismo", as "cizânias personalistas" e os "arroubos das idiossincrasias individuais".

Janot destaca que o MPF não possui ideologia ou partido e que os guias da instituição são o texto da Constituição e as leis. Ele ainda orienta seus subordinados a ficarem "alheios aos interesses da política partidária" e a evitarem "que as paixões das ruas encontrem guarida" entre as nossas hostes".

O procurador-geral diz que a operação “lava jato” “não salvará o Brasil”, mas argumenta que "esse belo trabalho — estou convicto disso — tem as condições necessárias para alavancar nossa democracia para um novo e mais elevado patamar".

Porém, Rodrigo Janot condiciona o sucesso da investigação e a melhora da democracia brasileira às atitudes dos procuradores, que devem “manter a união, a lealdade institucional, o respeito à Constituição". "Devemos apagar o brilho personalista da vaidade para fazer brilhar o valor do coletivo, densificando a institucionalidade dentro da nossa casa e, consequentemente, no país."

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