Operação internacional

Operador de propinas investigado na "lava jato" é preso em Portugal

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21 de março de 2016, 9h50

Investigado pelo pagamento de propina a diretores da Petrobras, Raul Schmidt Felippe Junior foi preso na madrugada desta segunda-feira (21/3) em Lisboa, Portugal. Ele estava foragido desde julho de 2015, quando foi expedida a ordem de prisão. Seu nome havia sido incluído na lista da Interpol em outubro do ano passado.

Além do mandado de prisão preventiva, também foi feita uma busca e apreensão na casa de Raul Schmidt Felippe Junior. De acordo com as investigações, ele teria pago propina aos ex-diretores da estatal Renato de Souza Duque, Nestor Cerveró e Jorge Luiz Zelada, todos atualmente presos em Curitiba.

Além de atuar como operador financeiro no pagamento de propinas aos agentes públicos da Petrobras, ele também aparece como preposto de empresas internacionais na obtenção de contratos de exploração de plataformas da Petrobras.

Raul Schmidt é brasileiro e também possui naturalidade portuguesa. O investigado vivia em Londres, onde mantinha uma galeria de arte, e se mudou para Portugal após o início da operação "lava jato", em virtude da dupla nacionalidade.

Operação internacional
Esta é a primeira fase internacional da operação "lava jato", que desde março de 2014 investiga um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro na Petrobras.

A deflagração da operação foi um trabalho conjunto entre Portugal e Brasil, sendo que o cumprimento das medidas foi feito pela polícia judiciária portuguesa e pelo Ministério Público português. Autoridades brasileiras do Ministério Público Federal e da Polícia Federal acompanharam as diligências. Cumpridas as medidas cautelares, o Brasil dará início ao processo de extradição.

Ação Penal
Em agosto de 2015, Raul Schmidt e outras cinco pessoas foram denunciadas pelo MPF pelos crimes de evasão de divisas, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro, na operação “lava jato”, que investiga corrupção na Petrobras.

Além dele foram acusados o ex-diretor da Petrobras Jorge Luiz Zelada e o ex-diretor-geral da área internacional da estatal Eduardo Vaz da Costa Musa, além dos lobistas Hamylton Pinheiro Padilha Junior, João Augusto Rezende Henriques e do executivo Hsin Chi Su (Nobu Su).

A denúncia foi aceita, porém, como Nobu Su e Raul Schimdt não foram citados por residirem no exterior, a Ação Penal foi desmembrada. Os demais réus já foram condenados pelo juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba.

O ex-diretor da área Internacional da Petrobras Jorge Luiz Zelada a 12 anos e 2 meses de reclusão, além de multa, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O ex-gerente da estatal Eduardo Costa Vaz Musa também foi condenado pelos mesmos crimes a 10 anos de reclusão. Porém, devido ao acordo de delação premiada que ele firmou com o Ministério Público Federal, seu regime inicial será aberto diferenciado, e não o fechado.

Outro delator beneficiado foi Hamylton Pinheiro Padilha Júnior, que pegou 8 anos de reclusão no mesmo regime de cumprimento da pena por lavagem de dinheiro e corrupção ativa. Já o lobista João Augusto Rezende Henriques foi sentenciado por Sergio Moro a 6 anos e 8 meses de prisão por corrupção passiva. Todos eles também deverão pagar multas. Com informações da Assessoria de Imprensa da PRR-PR.

Processos 5031534-49.2015.4.04.7000 e 5031541-41.2015.4.04.7000

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